terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mente Amordaçada

MENTE AMORDAÇADA.

Por: Evandro Amaral Fernandes - GUGA

Cidade enfumaçada com criança espedaçada
Oficial da guarda com a mente amordaçada
O caos de muçulmanos com o Maomé de farda
Jato inimigo sobre o céu de Alá
Ainda fazem contas quantas faltam para matar
Quanto vale uma vida?
Quantos litros, um barril?
Um dólar, um civil ou uma bala de fuzil?
A bíblia ou alcorão o que está certo, qual a questão?
Mataram o outro líder e não mudaram a situação
O petróleo vai jorrar em todo Ocidente
O rio que corre sangue é da nascente intolerância.


Expostos na escuridão
Orando a quem?
O medo é o segredo
De quem vive no desprezo
Expostos na escuridão
Em uma cilada
O caos de mulçumanos
Com o Maomé de farda.

Um erro cometido
Republicano otário
Todos angustiados
Nação inteira chora
Retaliação divina?
A classe média implora
Calote em hipotecas, milhares pedem esmola
E quem viu viu, quem não viu verá
A soberba dissolvida com o gasto militar
Não tem flores, nem champanhe
Veio a praga e perdem o bem
Um tolo imperialista fez um povo de refém.

Expostos na escuridão
Orando a quem?
O medo é o segredo
De quem vive no desprezo
Expostos na escuridão
Em uma cilada
O caos de mulçumanos
Com o Maomé de farda.


EVANDRO AMARAL FERNANDES - Guga.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Uma vitória da qualidade técnica ou do dinheiro?

Uma vitória da qualidade técnica ou do dinheiro?

Sim torcedores SANTISTAS, sucumbimos diante de um grande time, de um elenco que tem jogadores que valem muitos milhões de euros no banco de reservas, que desfruta de exorbitante poder aquisitivo. Sim caro SANTISTA, o mais fanático deles, o SANTOS jogou como NÃO deveria, não colocou em prática o seu jeito de jogar, tentou copiar feitos de co-irmãos brasileiros e saiu-se derrotado, jogando com três zagueiros e saindo de suas características, mas vou logo avisando que o nosso treinador não foi o grande culpado, pois faltou à genialidade do nosso maestro, a alegria do nosso craque, qualidade na saída de bola e recuperação de posse de bola. Colocar a culpa só em nossos zagueiros seria canalhice de minha parte.
A cada gol do Clube catalão, distante a milhas e milhas da metrópole bandeirante, se ouviam gritos e fogos de artifícios e se eu fosse daqueles brasileiros supersticiosos, certamente acreditaria que foi por conta do olho gordo, do famoso mal olhado.
Mas não, sou torcedor de futebol e não doente, eu sou aficionado pelo jogo da bola, de onde saem grandes artistas e de onde surgiu Pelé, Romário e Zidane e enxergo futebol não apenas como paixão e também como negócio.
Nossos clubes aqui no Brasil seriam grandes potências futebolistas que outrora foram se possuíssem o capital como o Barcelona possui? Tal questão e não saberia responder, mas certamente o nosso país teria mais opções para novos esquemas de jogo, para que não deixassem os nossos treinadores amedrontados diante de times que tocam a bola sem pressa, que mata o adversário pelo cansaço.
Tolos são os que se iludem apenas com a qualidade técnica, porque nos novos tempos, futebol se vence em contratações, em estrutura, em altos salários. Pobres daqueles que imaginam que ganhariam do mesmo Barcelona porque o seu time joga com raça e com o coração. Tolos são aqueles que comparam este Barcelona com os demais. Não caro leitor, este Barcelona é diferente, ninguém tira jogador de lá, ninguém consegue comprar nenhum jogador do time catalão sem que os mesmos queiram e a base segue mantida e a arrogância infelizmente segue adiante.
Por mais fanático que eu sou, admito que o clube da Catalunha seja superior ao SANTOS, sim eu reconheço, mas falar que é algo muito além do que podemos fazer é imbecilidade. Os jogadores brasileiros também podem tocar a bola de um lado para o outro, ter posse de bola, podem sim fazer o mesmo que eles. Eu não quero crer que a defesa com Puyol e Piqué é mesmo impenetrável e que os atacantes brasileiros sejam facilmente marcados. Sim torcedor brasileiro, este Barcelona também peca, cabe alguém apertar na saída de bola e deixar de respeitá-los como estão fazendo.
Em tempos de maiores cotas televisivas e de um momento jamais visto em ações de marketing, torçamos para que este quadro de alta superioridade catalã possa mudar, pois se continuar da maneira que está os europeus irão jogar e caberá a nós apenas acompanhar.
Para dar fim neste artigo, parabenizo o SANTOS FUTEBOL CLUBE por jogar o Mundial de Clubes de maneira legítima, sem convites, sem aberrações e negociatas, como legítimo campeão do seu continente. Sim, este é um triste fim de artigo que transformo em amor ao Clube que me ensinou a amar futebol, clube este que não engana os seus torcedores com um discurso que tem que ter raça, que os jogadores correm pela torcida. Dou fim a este artigo exaltando o maior time da terra, aquele que parou a guerra e que deu ao mundo o maior jogador de todos os tempos. Sim caro SANTISTA, eu não quero ser enganado, nunca me enganei, sou torcedor do SANTOS e continuarei assim até morrer e peço ao SANTOS que continue sendo SANTOS, não o SANTOS de hoje e sim o SANTOS de sempre.

Evandro Amaral Fernandes - Guga

domingo, 4 de dezembro de 2011

O legado de Doutor Sócrates Brasileiro.

O legado de Doutor Sócrates Brasileiro.


Foi um sentimento de perda, sem ao menos o conhecer, sem um aperto de mão ou qualquer troca de idéias. Lá foi eu lendo as notícias sobre a sua morte e uma porção de homenagens.
O máximo que eu consegui fazer foi escrever algo em uma página de um site de relacionamentos:

• “Lembro-me como se fosse hoje, Santos e Lusa no Canindé. O meu pai me levava aos jogos do Peixe quando eu era criança e esse foi especial para mim. Vitória do Peixe, 1a0, gol de Sócrates. Sócrates deixará uma lacuna no futebol, Santista de nascimento e corintiano por adoção e gratidão, o dia hoje é de luto para os amantes do futebol. Independente de se tornar Corintiano, sempre ponderado, o Doutor ia além do clubismo exagerado e não carregava antipatia em seus comentários. Esteja com DEUS Dr. Sócrates. Chora o futebol e todos os amantes desta arte cada vez mais enriquecida e politizada. #LUTO”.


É evidente que eu NÃO tenho conhecimentos de sua vida particular, se foi bom pai, se foi bom filho, nada disso eu sei de sua vida, tampouco se foi um bom amigo de profissão, um bom amigo no dia a dia.
As minhas palavras neste vocabulário medíocre, com poucos conhecimentos literários me impulsiona ainda mais para dar fim a este singelo texto. Neste país de miseráveis, quis o destino, se é que ele existe colocar o Sócrates no time do povo, mas que pra mim não é do povo e sim da massa, como vários outros clubes no Brasil também são, mas este é mais representado. Em um boteco qualquer do Brasil quantos cidadãos disseram hoje que a sua morte foi por decorrência do álcool, fazendo-os refletir nos diálogos de botequins de onde saem pensamentos de mais valia do que qualquer pensador da Grécia Antiga.
Nota-se que se tornou um artigo vazio desde o inicio. Falei pouco de sua vida, pouco de sua História, pois bem, vamos lá.
Quem sabe de política é político, certo? Errado!
No Brasil, o seu povo em sua imensa maioria sabe de política, mas poucos querem participar e palpitar, ou seja, a massa apenas vota por obrigação e os brancos e os pardos de classe média e também os bem nascidos votam por interesses. Nesta terra de liberdade jovem, que se fez liberta do Império através da força Militar de uma juventude Positivista, apoiados por Republicanos donos de terras férteis e com uma vontade de uma nova visão política, assim entregou-se o país nas mãos de Republicanos. Por força de um golpe ou uma Revolução, em 30 surgiu uma nova corrente, dando fim à oligarquia paulista à frente do Poder. Não mais os paulistas ou mineiros. Surge Vargas, o mais puro Estadista. De Vargas a JK ou a queda de João Goulart, onde cabe esta citação neste texto sobre o Magrão. Juro que cabe, o que NÃO seria cabível ao Brasil foi o golpe de 64, mas coube aos Militares impor aos brasileiros amar a Nação da maneira mais covarde, impondo as armas, o poder bélico.
Mas nos anos 80 surgiu a Democracia em um clube rival, que se quer eu vi, não pude acompanhar. As mãos para o alto com o pulso cerrado, os gols marcados sem comemorar com a torcida. Assim foi Magrão em sua vida de atleta. Assim foi Magrão que o país conheceu.
Discursou por um país igual, não só em palanques, mas no dia a dia, sem mesmo ser sua obrigação como atleta. Ele não foi atleta, não foi médico, como ele mesmo dizia, Sócrates Brasileiro foi mais que isso, foi a DEMOCRACIA.
Muitos no Brasil nasceram e morreram e deixaram se levar como um barco a deriva pelo governo momentâneo, diversos órgãos da mídia submeteram-se aos Ditadores após o Golpe, ingressando no poder quem não merecia. Ah pobre país de DEMOCRACIA tardia.
Eu sou um cidadão comum, filho de gente comum, de mãe professora da rede pública, de pai chão de fábrica que se tornou micro-empresário. Sou neto de avô assassinado, que ia ao trabalho e foi alvejado por um tiro “encontrado”, se quer o conheci, mas também o admiro por ter sido o que foi para a minha avó e para os filhos.
Nasci no Estado Bandeirante e aqui fui formado por um sistema neoliberal, que segrega conhecimentos, que dá aos pobres um ensino medíocre, que formam técnicos e não intelectuais. Fui office-boy, fui rapper, sou gente, fui ser Advogado e descobri que era analfabeto. Ao ingressar na Faculdade Particular descobri que não sabia ler, por ter sido usurpado do verdadeiro saber. Sou micro-empresário e estudante de História, dou emprego e leio Karl Marx com sua emancipação do homem e luta de classes. Sou sempre confuso, mas não me confundo, não participo do jogo para não jogar sujo. Sou pai de família, sou gente de bem, cidadão do Brasil, quase sempre refém.
Falei de mim e esqueci do Sócrates?
Claro que não, Sócrates falava em pró do próximo, carregava um semblante humilde mesmo sendo Doutor. Ora quantos poderiam ser assim. Teríamos uma Nação igual e mais feliz. No futebol eu aprendi a ser cidadão e se engana quem pensa que aqui não há relevância não. Não li Machado de Assis, mas lia as colunas de jornais esportivos de todos os times, aprendi a me expressar melhor assistindo jornalistas de mesas redondas. Aprendi a sofrer no futebol, sendo santista, sendo brasileiro do meu jeito.
Sugiro que todo brasileiro se espelhe em gente de bem, que não tenham inimigos, nem mesmo no futebol. Nesta nação de gente despolitizada, mesmo que seja no futebol aprendemos um pouquinho de política. Fica aqui o que penso sobre o LEGADO DO MAGRÃO. Lutar pelo país mesmo que não seja a sua obrigação.
Peço perdão por não ter bagagem suficiente para discorrer sobre o jogador mais politizado do Brasil, que não foi um atleta como o exigiam, mas que a bola correu por ele e que foi Doutor e morreu de “morte morrida”, por viver a vida sem ter a devida disciplina que por ele era sabida.


Evandro Amaral Fernandes – Guga
Viva o Coletivo!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pichação na Região Metropolitana de São Paulo.

Pichação na Região Metropolitana de São Paulo.
Por: Evandro Amaral Fernandes - Guga. Viva o Coletivo!

Entre as paredes, assobradados, prédios e edifícios da grande São Paulo, existe uma escrita altamente efervescente e nebulosa para milhões de pedestres e passageiros de coletivos que avistam das janelas todas as formas de arte urbana através da pichação, escrita esta movida por paixão a adrenalina, impulso a contravenção, ódio ao Sistema e instinto movido a tinta óleo ou látex e spray de todas as cores, mas principalmente o preto fosco, como diria alguns pichadores da grande metrópole, “nas veias do pichador de São Paulo, corre tinta de Spray preto fosco”.
Cito ódio ao Sistema, pois assim definem muitos adeptos da arte, onde talvez, alguns não saibam realmente o que significa ser a luta contra a Instituição Governamental em vigência ou sistema econômico global e se quer conheçam a Luta de classes e a emancipação do homem, conforme prevê Karl Marx. Não há consenso, nem números do IBGE para sabermos ao certo quantos pichadores estão em atividade ou aqueles que já se aposentaram na prática da arte urbana de São Paulo.
Desta forma, darei um exemplo de uma pichadora da região metropolitana de São Paulo em que extraí do Site oficial do grupo Túmulos, grupo também pioneiro na prática como é vista ainda nos dias de hoje pelas ruas das cidades da nossa Megalópole Bandeirante. Lembrando que eu não editarei o trecho da entrevista e postarei da mesma forma que eu a visualizei no site.

Segue entrevista abaixo:
A entrevista de hj é c/ a a Dina do SO’MINA, um dos pixos mais antigos de SP.
Comecei na pichação em 1989. Eu tinha 15 anos, estava cheia de vontade de viver, começava a conhecer muita gente e a sair pras,bailinhos, matinês, em boates. Juntos dos meus dois melhores amigos, o Alegria e Rapozão (João), começamos por brincadeira de bairro a pichar alguns muros da Vila Sonia. Com alguns roles, roles por perto de casa eu logo senti a energia do picho. Os dois não levaram a coisa a sério, mas eu sim! A sensação de pichar um muro, de colocar minha marca, me traziam muita alegria, satisfação e adrenalina. Logo fui convidada a entrar para um grupo de picho, os Pensativos, que tinha uns caras de bairros vizinhos. Puxa, eu me senti importante com o convite e daí em diante comecei a construir a minha história e me ir aos points do Centro, da Lapa e do Borba Gato e a sacar os pichos, os pichadores e a sentir toda a energia. Era muito gostoso freqüentar os points, fazer amigos, ir pras festas dos pichadores, eu me sentia em casa nesse movimento. É, Já não dava mais pra largar a latinha. Era muito gostoso freqüentar os points, fazer amigos, pra festas de pichadores, eu me sentia em casa nesse movimento. É, jaó não dava mais para pra largar a latinha.
Sente falta da pixacao? OQ vc ganhou e perdeu no tempo em que pixou?Tem algum conselho a quem esta comecando hj ?
SO' MINA -Sinto saudades daquela época! Eu ganhei muito, conheci a cidade - não as ruas, mas as vielas, as quebradas, os morros; conheci a barbárie - vi a miséria, vi gente do picho morando na rua, morando em alojamento, conheci gente que morava em um barraco 3x2 em oito pessoas, um monte de irmãos pequenos e aquela “casa” no meio do nada, só terra e tristeza, fui na casa de amigos melhor sucedidos, a casa daí tinha parede de tijolo, uma tabua de porta e terra pisada no lugar de contrapiso. Isso tudo me marcou muito. Não esqueço o terror que foi aquilo. Tenho como uma foto em cores na minha memória cada uma dessas histórias. A minha casa tinha teto, janela e móveis simples, mas tinha tudo; eu tinha pai e mãe, meus irmãos trabalhavam, estudavam e namoravam. Minha família era muito simples, lutadora, conformada com a exploração e com esperanças de que as coisas iam melhorar. Eu com meus roles, tomei pé do mundo, pena eu não ter alguém para me ensinar mais do que isso naquela época. O mais perto da revolução que eu chegava era escutando e cantando Racionais, Dj Hum e Thaíde. Eu sinto por minha família ter sofrido com essas minhas andanças, para eles era muito vergonhoso, triste – mas hoje estou mais boazinha, minhas loucuras estão dentro da lei da selva. E acredito que aprendi onde é melhor colocar minha energia, minha força e toda minha indignação e desejo de construir um outro mundo.
No fundo eu não perdi nada. Enquanto muitos jovens assistiam sessão da tarde, seriados enlatados ou novelas, eu ganhava o mundo, conhecia gente e até me meti a desenhar por conta de uns e outros grafites do Só Mina que as vezes rolava. Na Vila Sônia não tinha muito a se fazer e eu, pra sair de lá e conhecer a realidade, encontrei a pichação. Dura e pesada realidade, cheia de adrenalida e de paixão. http://entrevistastumulos.blogspot.com/2009/11/somina-entrevista_21.html - ENTREVISTAS DO CAIXAO#43.


Vimos acima, na entrevista da pichadora “Dina”, integrante de um dos primeiros grupos somente de mulheres como integrantes, uma vontade de fazer algo diferente das pessoas não inseridas no grupo de pichadores, provando que também havia uma visão de luta de classes, mesmo sem ter a aproximação do Marxismo ortodoxo, ou luta para dar fim ao sistema político implantado no Brasil. Neste caso a pichadora relata que conheceu a pobreza de perto e comenta que se aproximou da “Revolução” ouvindo Hip Hop nacional. Embora seja uma revolução diferente ao proposto pelos Comunistas, existe em seu discurso uma vontade de mudança e remete questões sociais dentro de sua visão na arte urbana.
Nos diversos sites sobre o tema e em sites de relacionamento que dão ênfase a arte urbana, nota-se que a pergunta de quem foi o maior pichador é comum entre os iniciantes e os mais antigos pichadores que participam dos fóruns. Afirmam que o Di, o Xuim e Tchentcho são os maiores pichadores da grande São Paulo, embora não há consenso para definir qual é o maior entre os três pichadores.
O Xuim hoje é engenheiro ligado ao ramo automobilístico, o Di, morreu em 1997, assassinado em um bar depois de uma briga e em uma entrevista de um grande jornal da época, falou-se em engano, mas como os assuntos relacionados à pichação são informados boca a boca, boatos são comuns e fatos são distorcidos, por isso não deixarei claro o verdadeiro motivo da morte de um dos maiores pichadores de São Paulo e que ainda hoje existem diversos prédios, muros e “picos”, palavra dada a pichações feitas acima de casas, ou comércios em geral, acesos ainda em São Paulo, lembrando que à gíria “aceso”, refere-se às letras ainda expostas no local de origem. Sobre o Tchentcho, poucas informações eu consegui sobre o pichador da Zona Sul de São Paulo, entretanto, é sabido que teve uma grande rixa com o Xuim e com outros pichadores. Há uma grande especulação entre alguns pichadores que o mesmo sempre se impulsionou para grandes rixas com outros pichadores e sua característica era de “atropelar”, palavra dada quando alguém faz uma pichação por cima de outras marcas.
Deixando de lado os maiores pichadores, que deixaram as suas grafias em diversos edifícios de São Paulo, entre eles o Terraço Itália, citarei também o Zé do Lixo Mania oriundo da cidade de Santo André, que pichou quase todas as avenidas e principais ruas de São Paulo e grande São Paulo e ainda hoje se encontra em atividade na pichação. O Zé viajou até a Espanha e lá também deixou a sua marca, gravando o seu nome e o nome de seu grupo também naquele país.
Nota-se até aqui que não há apenas nomes e apelidos de pichadores, pois existem também nomes dos mais variados, nomes de grupos ou gangues, como são apontados de forma pejorativa pela mídia e por pessoas contrárias a arte urbana e entre eles estão Snow Boys, A Firma, Os maldosos, Morto, Oitavo Batalhão, New Boys, Anaconda, Senhor, Rdu, Viking’s, Mestres, Onu, Reação, Império, Cad’laks, Capão Rolers, Rapto, Túmulos, Sustos, Agster, Profecia, Aliens, Ones,Horror, Ritual, HC, Mtc, Punk de Guerra, Larapios, Abismo, Anormais, Sedutores, Alopirados, Gang Boys, Bomba City, Reggae Roots, Trote, Atentados, Museu, Energumenos, Jets, Bagulhos, C tropa, Carine coração Caroline, Gdm, Akds, Perebas, Peraltas, Os mais que dois, Os metralhas, Space,The Mentes, Bandit´s, Tuff Turf’s,Visitant’s, Arsenal, Collos, H2O, Mutant’s, Homens Pizza,Pensativos, Caladas, The Malocas, Tribus, Outstesp, Os Grafes,Os Mal Pagos, Piro Mania, Noia, Trombadas, Powers, Réplicas, Alma, Os Gostosão, Tribunal, D’Tydos, Ctz, Psicopatas, Só Minas, Sapos,Império, Loucos Gang, Acme, Cambada, Cegos, Os Garotos Sujos, Boys Street, Cns, Px9, Apache’s, Uml, Larica, Drink’s, Sujeitos, Escadão,Cripta, Pixo Art, Onu, Ação, Bdm,Sedutores, Arrotos, Forum, D’ Boys, Os Caretas,Zona Morta, Tiras, Ingratos, Bomber Boys, Ones, Mortos, Jamaica,Brutais, Geração, 7° Potência,Colors Gang, Ilegais, Enemys, Os Bicho Vivo, Alastros, Kids, Novinhas, Skts, Terapia, Pyroze, Triton, Over Gatos, Reprise, Suspeitos, Caladas, Sk8, Corvos, Phg, Grut’s, Cia, Fama, Hospedes, Agape, Mordomos, Só Noys, Red Boys, Arrastão, Pusgos, Genios, Bomba, Volume-3,Nativas, Exorcistas,Brisas, Raros, Ant Boys, Africa, Vadios, Deekaadencia, Bug Daus, Nota 10, 7° Sentido, Os Bicho Vivo,Ogné, Ant Ratos, Statos, Vicio, Triton, Hot City, Os QN, Aspa, Atentados, Poder, Trip’s, Astecas, Ncs, Os Dbs, Corró, Doido é Doido, Recrutas, Malditos, Proceder, Banzai,Hct,Surf, Danger Boys, Rastros, Readers, Nômades, Cinicap’s, Variant’s, The tropas, Kpg, Os manos, Vândalos, Almastros, Vitimas, Bacanas, Rock, Gênero, Yugos, Ruínas, Colossus, Servos,Vagais,Psicose, Acusados, Talp’s,Rejeitados, The Brothers,Nevoa, Servios, Oxigênio,Ninja, Yankes, Olho Seco, Ira, Brutus, Medo, Mad Dog, Veneno,Pitchulas, Arte, Red Zone, Psicodélicos, Kaduk’s, Xaradas, Ousados, City Bronks, Pig’s, Gaivotas, Gaiatos, Oxigênio, Cedilhas, Cruell’s, Gralhas, Trolhas, D’Hels, Ira, Ação, Rampa, Comando, Regeitadus, Hooligans, Opção, Ruivos, Chips, Sérios, Poderosos, Garotos, Pdm, Gnomos, Prds, Prvs, Autopsia, Cômicos, Mortíferos, Danos, Tradição, Vômitos, Vitais, Drama, Únicos, Funeral, Chacais, Tns, Sexo 4, Visual, Bdr, Ousadia, Setor’s, Ator’s, Skdr, Sknv ,Sknm, Cdrs, Jhango, Xangô, Sonanbulos, Rebeldes, Pda, Moby, Friday 13, Rivais, Os Rvs, Os Pcs, Impactus, Wolf’s, Stratégia, Bolhas, Bekos, The Killers, Pecado,Detenção,
H-lera, Suecos, Legião, Sinistros, Noturnos, Gatunos, Aborto, Ícones, Malignos, Fanáticos, Droga, Mdv, Crack, Generais, Beco, Beck, Tribal, Malocas, Nobres,Imorais, Astros, Cnds, Sérios, Knalhas, União 12, Trágicos, Família 12, Hemp, Nucleares, Ran, Sapos,Pavilhão,Fúria, Notáves, Delinquen’s, The Papas, Radar,Sigla,Gibbs,Vermes, Néb, Tub’s, Ossos,Morte, Imagem, Vip’s, Radicais, Traíras, Mato, Imortaus, Psicos, Cabos, Onys, P-vetes, Bad Girls, Os Abutrão, Abutris, Tropas,Rasta Boys, Risco, Os Cururu, Pop, Gênio da Arte, Eutalia, P’Monição, Gdl, Hbs, Membros, Atla, Sistema, Paris Model, Impacto, Giga, Npp, Bombadas, HL, TB, Raspas, Barões, Fiscais, Ratos, Rcns, Krellos, C Maluco, Catfos, Sccp, Epidemia, Thp, Vírus, Executor, Exigentes, Espião, Sombrios, Nobres, Pala, Stnc, TTC, Ebola, Wtn, Semens, Enemy’s, Hall’s, Pdr, Maníacos, Primatas, Cops, Scorpions, Atrevidos, Nofx, Zion, Matadores, Aloprados, Exorcistas, Poeta, U1000d’s, Os Abutris, Chic, Pegadas, Pxds, Skate Sujo, Ahg, Tny, Os Pintão, Bug Daus, Sujões, Alucinados, Torre, Clash, Kaia, Os Muchachos, 4 Cor, Genocídio, Intocáveis, P’sico, Hipnose, The Relâmpagos, The Malucos, Sobre Carga, The Look’s, Impactus, Sol’s, The Funto’s, Via Mort, Retardados, Marginais, Os Tigres, Tokaia, Inxs, Os bárbaros, Inimigos, Suspense, Troll, Pryzy, Visitant’s, Os Caça Xana, Aérios, Fox Loose, Toperas, Birutas, Villa Verde, Pichester, Dundum, The Maníacos, Nativos, Cash, The Cats, The Monkeys, Os Cata Lata, The Zoon, Onz, Goma, Fama, Ibope, The Samis, Tulipa Negra, Simulo, Pcbs, Tls, Pesadelo, Sm, Nf, Doga, Tbs, Gvs, Teic, Brutais, K-Ptas, Caçola, Parceiros, Cr, Vdm, Pestes, Gandulas, Brutos, Ladro Boys, Ladrões, Chit’s, Siper, Alvo, Radi, Rdi, Top, Fud, Naipe, Pombal, Mdb, Rps, Cdm, Evit, Mnl, Rtd, Xtp, Sábios, Danados, Bereta, Wrs, Malucos, Caretas, Brons, Favelados, Playbas, Inválidos, Criminais, Kaos, Piroka, Beco, Fênix, Opl, Mdts, Abio, Crg, Spk, Robô, Poder, Kdi, Pusgos, Figuras, Karetas, Kebrada, Secreto, Glts, Índios, Anor+, Pegos, Perigo, Lorotas, Mgns, Snow Skate,Prvs, Parc, Primos, Stilo, Atrito, Algos, Insônia, Deform’s, Bitucas, Esk’dão, Exps, Táticos, Bats, Satans, Falha, Prezas, Crítica,Storvos, Pensativos, Os Qn, Out Law, Amador, Panela, Ubm, Ubc, Wtc, Os Pcs, Corja,Gaiatos, Pnn, Bdrs, Teimosos, D’dik’dos,
Os + Cr, Pavor, Zumbis, Corpos, Brisados, Erro, Slbs, Pixain, Crime, Sim’s, Grog’s, Rapa, Rapas, Dexter’s, Patifes, Alib, Patroas, Jamaica, Sotons, Wave, Mnrs, Snts, Sutil, Grifon, Distrito, Skdr, Bats, Tga, Apocalipse, Filho, Vlcs, Yella, Qix, Bdr, Agents, Furtos, Nds, Hot, Rastro, Paninho, Os Demos, Tronos, Rud’s, entre centenas de milhares de outros que eu não conseguirei catalogar todos aqui, pois não é a minha intenção fazer um senso ou algo parecido, mas sim tentar compreender a prática com um olhar mais atento as peculiaridades do movimento.
Citei acima diversas gangues e aqui citarei alguns nomes e apelidos de pichadores, como por exemplo, Preto da grife Os to q to, Celo da grife Os + q vo6, Kop,Gil, Rcd da grife Os nada consta, Lin2, Zampa, Ndo,Csr,Écio,Krankro,Vivo,Mcl,Duin, Rcd, Krot, Sancin, Déca, Bola, Beto,Dil,Lin o animal, Dino, Dan, Rodrigo Hip Hop, Olodum, Jambo, Ton, Pica Pau,Chefe, Kidão, Je, Casusa, Thatha, Vgn, Bilão, Valdoni, Capim, Meg, Saile, Pirralho, Cro, Bola, Luca, Skilo, Vinicius, Horácio, Juneca, Poeta,Eixo,Kidi, Boomer, Estranho, Skiti, Alemão,Pessoinha,entre outros.


Citarei outro depoimento, este agora feito por Marcelo Henrique dos Santos,o MHS do grupo Profecia, um dos maiores pichadores de São Paulo, já aposentado, deixado por ele em sua página de relacionamentos na internet:

Profecia foi criado em 1992, mas começou mesmo a riscar as paredes de sampa em 1993...
A formação original era MHS, NJ, KBSSA, NRN.
KBSSA e NRN ficaram apenas nos muros de deputado, os manos eram firmeza, mas o pixo não era o talento deles.
Em 93 arrumamos treta com varios pixos ao mesmo tempo "BANDITS, OPÇÃO, NÓIA,HOMICIDAS e mais uns que nem lembro agora...
A coisa tava feia, não tinhamos nem começado direito com o PROFECIA e já parecia que tava tudo acabado,
todos tinham abandonado, o KBSSA e o NRN pararam nessa época e o NINJA tinha entrado pro BAGULHOS,
eu fiquei sozinho no PROFECIA fazendo os muros de deputado na Av. São Miguel..até que um dia quase apanhei
da banca inteira dos HOMICIDAS "lembra disso Vagabundo? kkkkkk", dai passei a fazer uns muros na marginal tietê,
mas como via o Ninja todo dia na escola convenci ele a voltar, depois de um tempo resolvemos
todas essas tretas e começamos a pixar de verdade, pq antes era só muros de deputado.
Nossa primeira grife era "OS ULTRA SUICIDAS" isso em 1993 e em 1994 entramos para "OS MAIS QUENTES", mas no final de 1994 saimos e
entramos para "OS + Q TODOS", ficamos poucos meses até entrarmos para "OS PORRA NENHUMA", que estamos até hoje.
Em 1994 PROFECIA começou a fazer seus primeiros picos em Sampa, depois de um certo tempo só faziamos rolês para fazer picos,
pixos no baixo só mesmo no caminho de um pico para outro, cheguei a fazer 9 picos em um único rolê...começamos na Av, Celso Garcia
e terminamos na Av. São Miguel...foi em 95, tava no rolê PROFECIA "MHS"...RAPTO "BIMBA"...VGN...SNOWBOYS "JABA"...
**aeee Bimba, lembra de vc rezando ave maria em cima do pico na celso garcia??? kkkk ***
Quando parei de pixar em 1997 PROFECIA tinha entre picos e prédios em Sampa cerca de 420 pixos no alto....eu tinha 240 e poucos e o Ninja 180 e poucos...
nosso pixo dominava varias avenidas de Sampa...dentre as principais que considero "AV.SANTO AMARO...eu tinha 23 picos nela, e eu era da ZL"
...a Av.TIRADENTES, A Av. CELSO GARCIA, A Av. SÃO MIGUEL "nessa chegamos a ter 73 picos"..., A Av. AMADOR B. VEIGA......
Enquanto estava na ativa até tentamos colocar alguns manos para lançar nosso pixo, mas não teve nenhum que deu certo,
mas depois que paramos nosso pixo ficou bem representado pelos manos Guto e Maloca que também já fizeram sua História.




Torna-se cada vez mais complexo alguém que não tem conhecimento do que é a arte urbana decifrar os significados das turmas, nomes ou grifes em nossas ruas onde existem também uniões e operações.
Para exemplificar, a pichação pode ser composta por grupo ou nome ou mesmo apelido e nos grupos existem as “prezas” dos pichadores, como exemplo o grupo Caladas (Caladas da Noite), que tem como integrantes com mais ibope (integrantes mais conhecidos) Barrão, Sérgio, Sombra, Re!,Natal, Vlad, Lama, 4 olho, Jo, entre outros.
No caso das grifes, que unem diversas pichações através de um símbolo que identifica a grife, algumas das mais famosas ou de mais ibope como descrevem os pichadores são Os Mais que Todos, os Porra Nenhuma, os Registrados no Código Penal, Os Mais Imundos, Os Número Um, Mania de Pixar,Os Piores de São Paulo, os Melhores de São Paulo, Os To q To, Os mau Amados, Os mais Fortes, Os Fora da Lei, Os Podrão, Os de Sempre, Os Categoria Luxo, Nada (?) Somos, Os Classe A, Turma da Mão, Os mais Antigos, Os 100 Classe e a extinta grife Os Tais, entre outras.
Encontramos algumas uniões como o símbolo da anarquia que alguns pichadores colocam no fim do grupo, como por exemplo: Enemys, Estranho e Outstep que colocam o símbolo da anarquia ao fim da pichação, em geral, acima da “preza” (nome ou apelido do pichador), no caso do Estranho, já falecido praticante da arte urbana que residia na Zona Leste de São Paulo, era comum o pichador colocar o símbolo da anarquia ao fim da pichação e como ele era pichador em “carreira solo” e não de um grupo específico, não era necessário colocar a preza ao fim do seu picho, pois os outros pichadores sabiam verificar quem ele era. Existem também as uniões: Os infernais, Homens & Mulheres, Operação Kaya, União São Paulo, “Pega Nóis”, União Agressão, Projeto Marginal, No War, União Sai de Baixo, entre outras. Neste caso específico, podemos denominar estes nomes como uniões ou operações.
Apontei diversos grupos, pichadores em carreira solo, grifes uniões e várias formas de escrita e eu não poderia fazer qualquer tipo de pesquisa sem mencionar algumas das mais conhecidas e facilmente avistadas em vários pontos de São Paulo. Deixar o pichador fora do grupo de indivíduos ou tratar apenas como vândalos sem ao menos compreender o que escrever ou o que querem passar para a sociedade em vigência aplica-se como uma forma preconceituosa de enxergar esta cultura.

(...) Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do pensamento científico, que vinha se constituindo desde Copérnico, passa a cobrir, com a sociologia, uma nova área do conhecimento ainda não incorporada ao saber científico, ou seja, o mundo social. Surge posteriormente à constituição das ciências naturais e de diversas ciências sócias.
A sua formação constitui um acontecimento complexo para o qual concorre uma constelação de circunstâncias, históricas e intelectuais, e determinadas intenções práticas. O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. (...) O que é Sociologia - Carlos Benedito Martins. Ed Brasiliense.

O pichador está sim inserido dentro do contexto da sociedade paulista, embora tenha políticas contrárias e que discriminam estes jovens, sem dar a voz, sem dar a chance de serem ouvidos, ou melhor, avistados, pois das mais diversas formas de tentativas de controlar os pichadores de São Paulo, a mais frágil e esteticamente errada é a tinta cinza ao qual a Prefeitura do Município de São Paulo implanta em todo o município para apagar todos os dizeres e transforma a cidade em um local triste, pateticamente fúnebre, pois se houvesse uma cor para o funeral para substituir o preto, certamente seria a cor cinza de São Paulo. A sociedade capitalista descarta o que não é interessante, excluí os “incapazes” e não dá ouvidos para quem não coopera com o sistema financeiro. Mas e a indústria de tinta, como fica neste quadro? Participando ou não diretamente ou indiretamente do mercado financeiro, o pichador é excluído e é corriqueiro o enquadramento destes indivíduos como delinqüentes e marginais.
Poderia um cidadão contrário ao projeto de pesquisa de intervenções urbanísticas através da pichação, dizer que esta forma de cultura não tem nenhum elemento de reivindicação e que se fosse da mesma forma, no período da Ditadura Militar no Brasil, seria diferente, e estes vândalos jamais colocariam as mãos em sprays e tintas para “sujar” a cidade.
Sabe-se que a sociedade paulista encontra-se "militarizada", pois neste Estado não foi dada a devida atenção a população e hoje, tardiamente, este Estado tenta desarmar os que defrontam com as normas. E assim, de forma errônea coloca-os no mesmo bojo, sem contar com o processo de americanização do Brasil, que usurpou do brasileiro a sua própria cultura, a sua própria identidade. Desde a ruptura do Governo Vargas com o “Nazifascismo” e o apoio as tropas dos Americanos, o que houve aqui foi uma invasão da cultura estadunidense, embora eu não consiga afirmar com veemência e apontar os elementos desta influência. Enxergamos nos nomes dos grupos certa aproximação de palavras de língua inglesa e algumas se misturam com o português, como por exemplo: The-Malocas, The Mentes, The Maníacos. Nomes de grupos apenas em inglês, como Snow Boys, New Boys, Banditant’s e tantos outros são vistos com freqüência, agora dizer se estes elementos são as conseqüências da política de americanização da nossa sociedade deixaria uma lacuna imensa e um apontamento sem provas.
Marginal para o Estado é todo aquele que não caminha de acordo com as regras da sociedade e se pichação é crime previsto em forma de lei, todos estes serão marginalizados. Confundir pichador com marginal, talvez seja o maior erro da sociedade contemporânea paulista, mas ninguém sabe ao certo como definir os artistas urbanos. Então, reprimam os marginais vagabundos! Certamente diria um cidadão conservador paulista se avistasse um pichador sendo preso pela a autoridade policial.
Eu não posso afirmar que a pichação como existe atualmente seria da mesma forma na década de 60 e 70 como ocorreu nos Estados Unidos com a expansão do Funk e o surgimento de Cultura Hip Hop.
Como poderia ser um pichador nas décadas de 60 e 70 em que se matavam por ideais políticos, por discordar de um regime? Creio que este seja o motivo para a pichação ter surgido como ela é nos dias de hoje apenas no fim do Regime Militar do Brasil.
Para dar fim a este artigo, informo que não existe nenhum caráter de apologia ou desejo impulsionar algum jovem a tal prática, no entanto, busquei pesquisar sem os preconceitos comuns que a sociedade nos impõe. Certo de que não elucidei ao menos 5% sobre a pichação, fecho este projeto de pesquisa com algumas frases que me marcaram neste projeto.
“Foda-se o mundo, Eu existo”. Jo (Bst – Boys Street).
“Foda-se o mundo e sua existência”. Killer (8° Batalhão).
Nota-se que o pichador Jo aplicou a primeira frase e o pichador Killer, de forma provocativa, criou nova frase com dupla interpretação.
Mas o Killer não apenas provocou como também foi provocado. Na Avenida Marechal Tito, importante via da Zona Leste da capital paulista, o Killer subiu em um pico e ao perceber que tinha sido avistado, desceu do pico e deixou a frase sujou. Dias depois o pichador Rv do grupo Morto, deixou a seguinte frase: Para mim tá limpo, após terminar a sua pichação no local em que o Killer não conseguiu.
Fecho este artigo afirmando que a pichação é provocativa, marca territórios e se um dia a pichação não for mais crime, não existirão grandes motivos para ser pichador. Talvez o segredo esteja na ilicitude e na sensação de adrenalina que pode sentir por estar aplicando o seu picho e que ali pode chegar à polícia a qualquer momento.
Eu não discorri sobre o grafite por entender que falar de grafite deve-se direcionar a pesquisa somente sobre o tema específico, embora em algumas metrópoles pelo mundo o grafite e a pichação são vistas da mesma forma.
E se estou ao fim do artigo, dou término com outra frase da pichação da metrópole Bandeirante. “Não há medicina que cure a dor de uma saudade”. Frase esta aplicada por Ninja do Profecia e Fb do Bagulhos. Para compreender verdadeiramente a pichação, se faz necessário entrevistar pichadores das mais diversas regiões e dos mais diversos grupos, trabalho este praticamente impossível, portanto, este projeto aproxima a arte urbana da realidade das ruas de São Paulo e não dá à resposta para qual motivo cada pichador entrou para o seleto grupo de contestadores desta metrópole. É a cultura estadunidense que influenciou os jovens, ou apenas anarquismo como ideal? Não há respostas neste artigo e qualquer afirmação poderia se tornar equivocada ou mal interpretada.



PIPI: LABORATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO E PESQUISA EM HISTÓRIA.
UNIVERSIDADE CAMILO CASTELO BRANCO - ITAQUERA/SÃO PAULO-SP



Bibliografia Consultada:

Lassala, Gustavo. Pichação não é Pixação. Altamira Editorial.
Tota, Antonio Pedro. O imperalismo Sedutor. Companhia das Letras
Martins, Carlos Benetido. O que é sociologia. Editora Brasiliense

Documentários:
Pixador - Documentary. dir. Guiomar Ramos. Video. 23:00 (Brazil).
Pixo – Documentário. João Weiner e Roberto Oliveira.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

INTRODUÇÃO - Pichação na região metropolitana de São Paulo.

INTRODUÇÃO

As intervenções urbanas nas metrópoles de todo mundo são percebidas nos filmes, documentários, imagens de revistas, videoclipes e não há em suma, algo que possa definir o significado ou o motivo que façam com que os jovens tinjam os muros e anexem palavras, muitas vezes indecifráveis e com conteúdos que fogem aos olhos de quem não as reconhecem com uma visão mais peculiar sobre o assunto. Os olhares estão voltados ao capital, nas relações do homem com o meio e o modo de vida em que todos estão impostos a viver. Não é difícil em qualquer lugar do mundo se deparar com propagandas de grandes empresas ou então, avistar propagandas de pequenos comércios a fim de divulgar o seu ponto e transmitir a uma grande parte das pessoas que circulam em um determinado local para conhecerem aquele recinto ou marca. Se tratando de pichação, podemos dizer que são estabelecidas algumas regras da publicidade em geral, no entanto, a ilegalidade é a grande chefe da prática urbana e não há locais específicos ou que estejam excluídos das cores múltiplas dos jovens anônimos em busca de adrenalina e reconhecimento na arte urbana.
Na região metropolitana da cidade de São Paulo, a pichação não é tão diferente das outras grandes metrópoles, haja vista que a prática também é marginalizada e seguem, exceto a cultura local de cada país, os mesmos padrões estabelecidos em outros lugares do mundo. Não há um denominador comum e um fato que determine por si só os verdadeiros motivos que levaram tal juventude a iniciar neste movimento cultural.

DELIMITAÇÃO DO TEMA

Este projeto de pesquisa buscará elementos que possam nos aproximar da tão contestada forma de arte que é a pichação na região da grande metrópole de São Paulo, mas deixo claro que não haverá nenhuma resposta contundente que afirme o verdadeiro motivo pelo qual, paredes, viadutos, pontes, prédios, monumentos, banheiros públicos e particulares, telhados, terraços de casas e assobradados, portas comerciais sejam cobertos pelas mais variadas cores e formas de letras, quase sempre indecifráveis por cidadãos que desconhecem a prática urbana. Compreender esta cultura que nasceu no anonimato e modifica o dia a dia de diversas cidades de todo mundo, seria necessário viajar e conhecer todas as maneiras como são aplicadas as técnicas e a cultura local ser visualizada mais de perto. Este projeto não tem como objetivo buscar toda a problemática do tema e sim tentar compreender como chegou até aqui na região da grande metrópole paulista, portanto, a relação entre a pichação na região metropolitana de São Paulo com a conhecida no inicio da escrita não será colocada em prática, tão pouco aproximada neste projeto de pesquisa. Encontraremos poucas fontes bibliográficas sobre a pichação iniciada na região da grande metrópole bandeirante e seria errôneo afirmar que exista apenas um ideal contestador ou buscarmos apenas com uma prática de vândalos e suas gangues que buscam fixação e notoriedade em determinados pontos da grande São Paulo.



JUSTIFICATIVA

Em outro período, foi visto na grande metrópole uma pichação diferente do que vimos atualmente, onde foi utilizada com um caráter de luta, praticada pela juventude estudantil e militantes contrários a Ditadura, onde muros da cidade e monumentos históricos foram tingidos com palavras de nova ordem, acusando militares de opressores. Dizeres como abaixo a ditadura, ainda era facilmente avistada no inicio da década de 90, principalmente onde conhecemos como centro velho da cidade de São Paulo.
Para conseguirmos compreender a origem da pichação na grande São Paulo, temos que entender em nossa sociedade a chegada da cultura estadunidense no Brasil, pois se há uma cultura que se faz presente ainda nos dias de hoje no Brasil, essa cultura sem dúvida alguma é a Yankee, embora não haja certeza se realmente a pichação em São Paulo existiria da forma atual, não houvesse tal interferência cultural.
Houve em todo país, outrora um processo de construção da cultura vivida nos Estados Unidos e com a queda da Ditadura, uma mudança lenta, porém significativa, mudou o panorama do modo de vida dos jovens do Brasil e encontramos algumas evidências que filmes e videoclipes produzidos pela indústria dos Estados Unidos da América, transformaram a visão de mundo dessa juventude. E se no Estado Novo e na Ditadura, pós 1964, já havia seguidores dos músicos e cineastas dos Estados Unidos da América, com o fim da ditadura no Brasil, impulsionou grande parte da população para uma liberdade que foi usurpada por Ditadores e uma nova forma de vida foi colocada em prática nos anos seguintes. Excluir os pichadores deste conceito seria mais uma forma preconceituosa de agir, pois o pichador, mesmo agindo de forma anônima, também está inserido neste processo histórico. Como já citei, não há provas se existe ou não influencia direta da cultura dos Estados Unidos em nossos jovens pichadores, mas podemos afirmar que a música, o estilo como se vestem e em muitos casos, a forma de atuar na pichação se aproxima com os jovens dos Estados Unidos da América.





OBJETIVO


O objetivo deste projeto é identificar a essência dessa cultura e encontrar as características das intervenções urbanas causadas pelas pichações na região da grande metrópole da capital bandeirante e transmitir a verdade sobre o tema, não se apegando em preconceitos que descreveriam a prática como forma de crime.


FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Interagir com os aspectos mais relevantes para a memória da pichação na região da grande São Paulo, usando a arte urbana como forma de expressão da juventude local. Neste trabalho, podemos definir uma grande problemática, como a lei de crime ambiental, que está prevista como forma de crime e também os proprietários dos imóveis, descontentes por terem os seus bens tingidos pelos pichadores da região da grande metrópole da capital paulista.


METODOLOGIA
Este projeto pretende analisar de perto a arte urbana, utilizando-se de documentários, bibliografia, materiais e entrevistas concedidas pelos próprios pichadores.
A internet será uma grande ferramenta para o auxílio no projeto, pois há uma escassez de fontes sobre o tema, por se tratar de crime ambiental e ser uma arte marginalizada por grande parte da sociedade paulista.

BIBLIOGRAFIA

Lassala, Gustavo. Pichação não é Pixação. Altamira Editorial.
Tota, Antonio Pedro. O imperalismo Sedutor. Companhia das Letras
Martins, Carlos Benetido. O que é sociologia. Editora Brasiliense

Documentários:
Pixador - Documentary. dir. Guiomar Ramos. Video. 23:00 (Brazil).
Pixo – Documentário. João Weiner e Roberto Oliveira.
Por:
Evandro Amaral Fernandes - Guga.
Viva o coletivo!

sábado, 5 de novembro de 2011

Lado Insano - O Mal da Mídia

LADO INSANO - (O MAL DA MÍDIA).
Adonay Dias - Evandro A. F. Guga
Ao Vivo no Festival Águas de Março (2003).

Eu sigo a rima consciente
Não me influencio pela mídia
Eu vivo no país que é repleto de mentiras
Sai de cima
Se não o bicho vai pegar você
Influenciado do Sistema, não adianta se esconder.
O Sistema que se diz ser uma sociedade
Rouba a sua boa fé e sua força de vontade
Deixa sem reação a maior parte do povo
Agora sem determinação
Vivem só do desgosto.

A MÍDIA INVADE A SUA MENTE, INFLUENCIA A SUA VIDA, ESCONDE A SUA REALIDADE E TE ENCHE DE MENTIRAS. NÃO SEJA MAIS UM FRACO, NÃO SE DEIXE INFLUENCIAR, HIP HOP É A MINHA CULTURA É O QUE PODE TE SALVAR.


Pare e pense sobre tudo o que vem da mídia
Vão procurar você pra cobrar aquela dívida
Se liga
A promessa de que tudo vai melhorar
E na próxima eleição em quem será que eu vou votar
Já sei
No filho daquele lá que se deu bem
Ou no aliado do governo que fez o povo de refém
Não sei
Só sei que todo ano é tudo igual e o país já vai parar porque chegou o carnaval
E vi no muro, vote nesse muro e tudo vai mudar
A esperança do progresso é o que pode te enganar
O Partido que é do povo já me mata de desgosto
Vem chegando à enganação
Prometendo tudo de novo.
A alienação maior foi forçada na TV
E que culpa tem você se não tem o que comer
Vivemos no país a beira da loucura
A insanidade brasileira
E isso não tem cura.

A MÍDIA INVADE A SUA MENTE, INFLUENCIA A SUA VIDA, ESCONDE A SUA REALIDADE E TE ENCHE DE MENTIRAS. NÃO SEJA MAIS UM FRACO, NÃO SE DEIXE INFLUENCIAR, HIP HOP É A MINHA CULTURA É O QUE PODE TE SALVAR.

A alienação do Sistema cruzou o seu caminho
O seu pensamento no momento está sem destino
Aqui não basta só pensar, tem que pensar profundo
E agir com atitude pra mudar o mundo
Quer saber dos seus direitos
Então procure se informar
Você vai ver que os seu direito não é só conta pra pagar
E se me derem uma chance eu trabalhar e estudar
E no meu direito, vou criticar até mudar.
Não dependo de ninguém
Faço a minha própria educação
Eu quero os meus direitos, minha parte como cidadão
Leis que favorecem o povo não funcionam na prática
O que funciona aqui
É a impunidade e a desgraça
Cumpro os meus deveres
Faço a minha parte
Pra sobreviver aqui tem que ter força de vontade
Sempre sendo original e falando a verdade
Esquecido por alguém no lado escuro da cidade.

A MÍDIA INVADE A SUA MENTE, INFLUENCIA A SUA VIDA, ESCONDE A SUA REALIDADE E TE ENCHE DE MENTIRAS. NÃO SEJA MAIS UM FRACO, NÃO SE DEIXE INFLUENCIAR, HIP HOP É A MINHA CULTURA É O QUE PODE TE SALVAR.

http://www.youtube.com/watch?v=eSyRYWyd-Q0

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lei do Silêncio.

Lei do Silêncio.
Compositores: Adonay Dias – Evandro Amaral Fernandes Guga.
Ano: 2002.

Eu vejo as ruas vazias, vazias e sujas/
O silêncio das pessoas como uma depressão profunda/
A rua é sinistra, traiçoeira e sombria/
Armas e mais armas escondidas na neblina/
Pela terra, sem asfalto, sem dinheiro pela vida/
Fuzil Ar15 que protege a cocaína.

Um mar de violência, imprudência e propina/
Cuidado, corra logo e escape da chacina/
As pessoas têm medo de falar o que sofrem/
Por isso a injustiça fica cada vez mais forte/
Cidade hard core, pessoas complicadas/
Cidade do silêncio, uma cidade ameaçada.

Refrão:
A rua é sinistra, traiçoeira e sombria/
Armas e mais armas escondidas na neblina/
Tudo isso acontece pelas ruas do gueto/
Onde o que predomina é a lei do silêncio.

A verdade escondida por traz das palavras/
Uma história distorcida, quase sempre mal contada/
Os heróis da resistência sobrevivem aqui/
O mal gerou seqüelas pra você e pra mim/
Subúrbio esquecido, uma pátria assassina/
Guerrilha no silêncio, democracia de mentira/

Igualdade adquirida, força da Constituição/
Ignoram a lei do povo para ferrar a Nação/
O silêncio te enfraquece e te faz mais um covarde/
Uma vida de mentiras, um mundo de maldades/
De nada adianta oprimir e ameaçar/
Porque o meu silêncio você nunca vai comprar.

Refrão:
A rua é sinistra, traiçoeira e sombria/
Armas e mais armas escondidas na neblina/
Tudo isso acontece pelas ruas do gueto/
Onde o que predomina é a lei do silêncio.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Não riam daqueles que não estudaram em um ensino de qualidade.

Eu vejo pessoas rindo e corrigindo as outras quando existem palavras que não estão escritas dentro do padrão da norma culta. Eu sempre digo aos amigos que a Norma Culta não organiza e não organizará o nosso português/brasileiro. A Norma Culta serve para dividir os leigos dos intelectuais. Leia a literatura cordel e veja se não compreenderás o que está escrito.
Não riam daqueles que não estudaram em um ensino de qualidade ou daqueles que não conseguiram compreender o nosso velho e ruim português!

Evandro Amaral Fernandes - Guga

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ímpeto Solúvel.

O impulso em busca da felicidade persiste solúvel, como se dissolvesse em um rio de águas turvas.
A prosperidade se mascara com um tom de sucesso, tornando corações puros em meros órgãos a serviço do mercado financeiro.


Evandro Amaral Fernandes - Guga

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A perfeição que busca em você mesmo, não encontrará em mim.

Dizer que eu sou um ser em constante evolução seria prepotência e não queira me compreender detalhadamente, nem se espelhar em minhas atitudes, pois a perfeição que busca em você mesmo, não encontrará em mim.
A vida é uma aprendizagem e nem sempre os nossos atos estão relacionados à evolução.
Seguindo o rumo, Jão!

Evandro Amaral Fernandes - Guga

Compreender-me é algo demasiadamente abstrato.

Não tente me compreender, pois se olhar de perto, nada vai avistar, não arrancará nenhum segredo, nenhum mistério.
Compreender-me é algo demasiadamente abstrato e que pode te levar a um questionamento que não seria o correto.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Desmistificação de uma idéia imposta.

Quando dei inicio ao Blog História Incomum, vislumbrei um horizonte longínquo, sem fronteiras, para poder argumentar sobre fatos extremamente relevantes para a sociedade e busquei fontes para poder interagir com amigos que me compreendem, pois os meus amigos sabem as limitações de conhecimentos por quem vos escreve, no entanto, procuro discorrer sobre o que penso e sinto no dia a dia.
Pois bem, desta forma, postarei uma reflexão sobre o Clube ao qual sou fã e me ensinou amar o esporte como arte e que em muitos momentos me deixou e me deixa longe da razão, a beira de um conflito de idéias, pois quero me livrar da alienação do cotidiano, mas não consigo deixar de acompanhar o meu Clube de coração. O que fazer?
Eu não tenho a mínima idéia de como deixar de acompanhar o futebol, onde estão escondidos centenas de bandidos e corruptos modificando resultados e enriquecendo a custa da massa.
Segue o texto abaixo e aviso que não precisam concordar, pois estamos em um Estado Democrático de Direito, onde somos livres para confrontar qualquer assunto, seja ele político ou cultural. Existem locais que este tema, mesmo sendo irrelevante, jamais poderia ser veiculado em qualquer mídia, mesmo sendo um singelo blog como este. Portanto, vamos comemorar a liberdade do país e agradecer todos aqueles que lutaram por nossa liberdade.

*

Desmistificação de uma idéia imposta.

Durante anos, nós SANTISTAS ouvimos uma enxurrada de balelas tanto quanto invejosas e maliciosas e perante todo o desrespeito pelo qual fomos obrigados a aceitar, ou melhor, conviver com ele, eu discorro sobre um assunto que tanto me agrada e tanto me aliena ao mesmo tempo, entretanto, deste tipo de alienação não conseguirei me desligar, ou seja, o futebol me aliena, mas o SANTOS me preenche e me livra por algum momento das angústias e culpabilidade do cotidiano.
Pois bem, sou “viúva” de Pelé, nascido em 1982 e me acostumei a ouvir a termologia “trio de ferro” e talvez, em algum momento da minha infância eu tenha até acreditado nesta bobagem por ter ouvido diversos comentaristas em rádios e em televisões locais se esquecerem, ou melhor, segregarem os SANTISTAS da capital paulista de informações do ALVINEGRO mais famoso do mundo. Eram inúmeros os programas destinados ao futebol e neles o MAIOR CLUBE DE FUTEBOL DO MUNDO tinha apenas míseros cinco minutos ou até menos, isso quando não falavam do SANTOS.
Os comentaristas dos anos 80 e 90 falavam do Santos Futebol Clube apenas no passado, oprimindo-nos do orgulho e nos deixando envergonhados de torcermos pelo maior clube de todos os tempos, o SANTOS FUTEBOL CLUBE, sem direito de defesa, nos deixando sem argumentos e apenas com um simples, porém, o mais relevante dos sentimentos, o amor incondicional ao ALVINEGRO DA BAIXADA SANTISTA.
Quantos imbecis nos disseram:
- O SANTOS só existiu nos tempos de Pelé.
- O SANTOS faliu.
- O SANTOS é time de velho.
E todo este discurso nos repassados pelos torcedores do trio de lata foi um espelho do que a mídia paulistana fez com o time do ESQUADRÃO DOS SONHOS.
Quantas e quantas bobagens foram reproduzidas de formas maliciosas por “profissionais” da mídia sem imaginar o quanto de malefícios estavam causando ao futebol brasileiro.
O futebol brasileiro, pós Pelé teve um período de insucessos, assim como o PEIXE, mas tal forma pejorativa não era utilizada pelos comunicadores esportivos, para expressarem tal opinião. O Brasil ganhou um campeonato mundial 24 anos após o último título, que teve o seu maior protagonista, o Rei Pelé, em 1970, sem contar que ganhamos a Copa de 2002 com um treinador copeiro e jogando com três zagueiros.
O renascimento do futebol arte veio para encher todos os brasileiros de orgulho e sonhar com uma seleção jogando bonito, para frente, driblando, dando show, assim como a Seleção canarinho, recheada de astros SANTISTAS e do SANTOS FUTEBOL CLUBE, que tinha como principal objetivo, balançar as redes dos adversários, proporcionando aos SANTISTAS o orgulho de dizer que o SANTOS FUTEBOL CLUBE é o time que mais marcou gols em todo mundo.
Pois bem, terminarei o meu humilde texto simplificando que a mídia tentou nos extinguir do futebol, mas o SANTOS FUTEBOL CLUBE segue mais gigante do que nunca e o sistema fabril de craques continua a todo vapor, formando astros e talentos fora do comum para continuar exercendo o mesmo papel no futebol, que é o de monopolizador, fato que talvez seja o verdadeiro motivo pelo LEÃO DO MAR ser tão odiado pela mídia e torcedores paulistanos.
Vamos nos orgulhar de sermos viúvas do PELÉ, pois todo o qualquer torcedor brasileiro queria ter tido a honra de tê-lo atuando em seu clube de coração.
Saudações alvinegras.
Evandro Amaral Fernandes – Guga
20 de maio de 2011, 23h54minh.

Por fim, agradeço ao Site santistasloucos.net, por publicar o meu texto.
Segue o Link:http://www.santistasloucos.net/2011/05/um-passado-e-um-presente-so-de-glorias.html

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Cidade. POR: Chico Science & Nação Zumbi

Tentei discorrer em mais uma noite de insônia, sobre a cidade de São Paulo e simplesmente não consegui, talvez por não possuir a mesma competência de grandes escritores e compositores, ou talvez, por me cobrar muito e exigir-me tais habilidades quanto aos dos mais renomados gênios da música e literatura brasileira. Como eu estou à milhas de quilômetros de distância para alcançar tal façanha, e nem sonhando, consegui postar algo que chegasse a ser observado de perto, postarei a letra de Chico Science & Nação Zumbi, “ Cidade”.
(...)
A Cidade
O Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas,
Que cresceram com a força de pedreiros suicidas.
Cavaleiros circulam vigiando as pessoas,
Não importa se são ruins, nem importa se são boas.

E a cidade se apresenta centro das ambições,
Para mendigos ou ricos, e outras armações.
Coletivos, automóveis, motos e metrôs,
Trabalhadores, patrões, policiais, camelôs.

A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.

A cidade se encontra prostituída,
Por aqueles que a usaram em busca de saída.
Ilusora de pessoas e outros lugares,
A cidade e sua fama vai além dos mares.

No meio da esperteza internacional,
A cidade até que não está tão mal.
E a situação sempre mais ou menos,
Sempre uns com mais e outros com menos.

A cidade não pára, a cidade só cresce
E de cima sobe e o debaixo desce.
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o debaixo desce.

Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (haha)
Eu vou fazer uma embolada, um samba, um maracatu
Tudo bem envenenado, bom pra mim e bom pra tú.
Pra gente sair da lama e enfrentar os urubus. (ê)

Num dia de Sol, Recife acordou
Com a mesma fedentina do dia anterior.(...)
http://www.youtube.com/watch?v=UVab41Zn7Yc&feature=related
*














Aos que pensam que Recife está longe de ser comparada a cidade de São Paulo, deixo aqui a minha crítica aos regionalistas e creio que podemos unir a população brasileira absorvendo cada vez mais a cultura, um dos outros, sem preconceitos, sem tons pejorativos.
Viva o coletivo!

Evandro Amaral Fernandes - Guga

sábado, 23 de abril de 2011

Pedagogia Vivencial ou "moderna", como queiram é o caminho para a Educação nacional?

Em mais uma de minhas pesquisas, despretensiosas e irrelevantes, me deparei com uma termologia muito utilizada entre as escolas privadas e que vem ganhando espaço entre as empresas ligadas a educação e o nome deste método é Pedagogia Vivencial.
Eu sou do tempo em que a criança jogava bola na rua, arrancava os tampões dos dedos no asfalto chutando a bola de capotão e se quer se preocupava com o futuro e qual profissão seguiria, quando chegasse à fase adulta. Embora não seja um tempo tão distante, vivemos um período diferente ao daquele em que vivi em minha infância.
E da mesma forma que o país se modernizou, a Educação foi tomando rumos diferentes, mas utilizar a palavra evolução é fixar um pensamento em apenas em um setor do ensino nacional, ou talvez caia em um caminho errôneo e sem respostas.
Desde as eleições presidenciais de 1989, quando Fernando Collor de Mello chegou ao poder de forma direta e democrática, (embora tenha tido a seu favor um debate editado pela principal emissora brasileira, que manchou aquelas eleições), nosso país passou por transformações que o levaram a uma nova modernidade, de forma bruta e pouco elaborada. Diferente da modernidade adquirida em 1889, com a Proclamação da República e o fim do Império, pois naquele período, às práticas de ensino no Brasil eram totalmente diferentes com a que vivenciamos nas últimas décadas, onde pouquíssimos brasileiros tinham acesso à Educação formal, mas isso são outros “quinhentos”.
Se o progresso tão sonhado pelos liberais estava próximo nas eleições de 1989, então que venha a modernidade. E foi desta forma que a população brasileira absorveu a modernidade e lutou, ou melhor, opinou por ela e ajudou a levar e tirar do poder o caçador de marajás, anexando uma política Neoliberal no topo do poder. Três Presidentes assumiram a Nação, depois da derrocada moral de Collor, sendo um do PMDB, um do PSDB e um do PT, e imagino que tais governantes influenciaram na atual forma de educação no país. Na verdade já são quatro, contando com a Presidenta Dilma, mas ainda é cedo para colocá-la neste bojo.
Para não pegar o caminho da política e das visões governamentais, voltarei ao tema, Pedagogia Vivencial.
Utilizei-me da internet para buscar mais informações sobre a prática pedagógica vivencial e encontrei um depoimento de uma profissional da área e postarei em meu texto um trecho frase da pedagoga.
(...)
Como educadora, posso dizer que observar crianças tornando-se empreendedoras, enfrentando problemas dignos de ‘adultos’, de maneira prazerosa e muito realista, é encantador...
Tatiana Rodrigues - Professora de Ensino Fundamental (...).
Sem fazer críticas ao método utilizado pela Instituição Educacional, que por ética, não citarei o nome da Instituição e tão pouco criticarei à educadora Tatiana Rodrigues, deixo uma questão para que alguém possa me responder em um futuro próximo ou que eu a encontre em alguma pesquisa ou diálogos com colegas conhecedores do tema.
Será que devemos educar os nossos filhos com práticas progressistas e visões capitalistas, impondo metas e os deixando livres para poder escolher determinado tema?
Empreendedorismo é um tema para se abordar com alunos?
Acredito que seja planejado tal método antes de ser implantado, mas tal depoimento foi dado por uma educadora do ensino fundamental. Será que devemos abordar o empreendedorismo com crianças do ensino fundamental?
Finalizando tal reflexão, deixo aqui o meu pesar ao ensino público, pois ainda vemos as vagas em nossas Universidades, saindo em sua esmagadora maioria dos Colégios particulares e espero que em um futuro próximo possamos ver a diferença cair ou que pelo menos os números cheguem próximos um do outro. Citei o ensino público por entender que a pedagogia "moderna" não será utilizada nas escolas públicas, pelo menos de maneira ampla e plena, pois não é de interesse dos neoliberais formarem empreendedores com recursos do Estado, mas sim, mão de obra assalariada.
E se no âmbito privado a Pedagogia "Moderna", voltada ao capitalismo anda em um caminho agradável aos que investem no setor para dar melhor qualidade de ensino aos filhos e fugir do ensino público. Como deveríamos visualizar o ensino público nacional, onde sabemos que os Neoliberais pouco fazem para formar intelectuais ou formadores de opiniões?
Até quando veremos a massa adquirindo uma Educação inadequada?
Deixo os meus questionamentos neste singelo Blog e aviso que a solução para um provável problema não está logo ali.

Evandro Amaral Fernandes - Guga

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Repúbica. Por: Alberto Luiz Schneider

Artigo



República

Por: Alberto Luiz Schneider, Doutor em História pela Unicamp e Professor da Unicastelo no bairro de Itaquera, (São Paulo-SP).

A Abolição da Escravatura em 1888 e a Proclamação da República em 1889 compõem a mesma circunstância histórica. Representam a queda de nosso antigo regime – monárquico, escravocrata e latifundiário – e o nascimento da modernidade brasileira.
O Brasil, como se sabe, foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão. A ruptura com a instituição escravocrata foi operada no Parlamento, com ares de sofisticação, onde se cogitou a hipótese de indenizar os proprietários, em linha com o radicalismo conservador do andar de cima, sempre pronto para defender o direito à propriedade, o direito mais caro aos liberais brasileiros. Não se chegou a tanto. Mas a Abolição não previu aos libertos nem terra, nem escola, nem qualquer tipo de direito, senão o de simplesmente existir, como erva daninha.
A República – proclamada por militares, que à época não participavam dos círculos de elite – nasceu sem povo. Não houve conflito armado, nem derramamento de sangue, pelo menos não no dia 15 de novembro. Muitos militares, sobretudo os jovens oficiais da Escola Militar, liderados por Benjamim Constant, acalentavam expectativas jacobinas, reformadoras. Se essa era uma das alas da agitação liberal, a outra tinha seu epicentro político em São Paulo e foi liderada pelos proprietários paulistas. Reunidos em convenção, na cidade paulista de Itu em 1873, os republicanos paulistas sequer mencionaram a abolição da escravatura, o que sugere o quão conservadora nasceria a República brasileira. Após dois presidentes militares, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, em 1894 o primeiro civil paulista assumiria o poder. A referida convenção de Itu havia ocorrido justamente na casa do então deputado Prudente de Morais.
Com a constituição de 1891, ficou estabelecido que o voto fosse “universal”, como sugeria o figurino liberal. Mas estavam excluídas as mulheres, os analfabetos, os menores de 21 anos, os militares de baixa patente, as pessoas que não tivessem endereço fixo. O voto não era secreto. E o colégio eleitoral era formado por menos de 2,5% da população. Sérgio Buarque de Holanda dizia que o verdadeiro império dos fazendeiros (paulistas) foi na República Velha – um período oligárquico, patrício e profundamente conservador.
*
Fala-se em “política do café com leite”, em alusão aos acordos entre as elites paulista e mineira. A rigor, era uma política com muito café e pouco leite. A fração de classe que detinha o domínio político e econômico do país eram os cafeicultores do Sudeste (não havia essa expressão à época), espalhados pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e, no período correspondente à República Velha (1889-1930), principalmente no estado de São Paulo.
A oligarquia paulista, com seus sócios menores, governou o Brasil, quase sem contestação, até 1930, quando Getúlio Vargas assumiria o poder, representando, apesar dos pesares, um sopro de vida a oxigenar a República.


*
Não houve sangue no dia 15 de novembro, é verdade, mas não faltou violência a encharcar a República que os militares proclamaram e a elite cafeeira de São Paulo herdara. A Revolta da Armada, no Rio, em 1891, e a Revolução Federalista, no Sul, entre 1893-95 são apenas dois exemplos, entre muitos outros. No entanto, o verdadeiro batismo de sangue viria do sertão baiano, com a Guerra de Canudos, onde o exército republicano, representante do Brasil litorâneo, dito moderno, esmagaria os sertanejos, ditos jagunços e primitivos. No final da guerra, a República estava consolidada. E a consciência nacional estava perante um crime.
*
Antonio Conselheiro e seus seguidores, que erravam pelo Nordeste, em 1893 se instalaram, às margens do rio Vaza-Barris, nos arredores da Fazenda Canudos, no sertão da Bahia. A região, embora ocupada desde o século XVIII, era quase um vazio demográfico. O verdadeiro milagre do Conselheiro foi atrair homens e mulheres pobres de todos os lados. Em poucos anos, a aldeia de Canudos – ou Belo Monte, como seus moradores a rebatizaram – contava com 25.000 habitantes, ou seja, segunda mair concentração urbana da Bahia. Uma população colossal para a época. Seu advento deixou os fazendeiros da região, o governador da Bahia e a Igreja em pânico.
Não demorou e as escaramuças começaram. Depois de duas expedições derrotadas, Canudos tornou-se uma questão nacional. O governo federal, temendo pela integridade da República, face ao discurso monarquista do Conselheiro resolve atuar. Ao coronel Antônio Moreira César, considerado pelos militares um herói, foi confiada a missão de liquidar os “fanáticos”. A notícia da chegada de tropas à região atraiu para lá um grande número de pessoas, que partiam de várias áreas do Nordeste, imbuídas de uma missão: defender o Conselheiro. No dia 2 de março de 1997, depois de ter sofrido pesadas baixas, causadas pelos ataques relâmpagos dos “jagunços”, um exército de 1.300 homens assaltou o arraial. Moreira César foi morto em combate e a expedição foi obrigada a retroceder em debandada.
No Rio e em São Paulo a repercussão foi intensa. Se atribuía ao Conselheiro a intenção de restaurar a Monarquia. Jornais monarquistas foram empastelados. O ministro da Guerra, marechal Carlos Machado Bittencourt, em pessoa resolve preparar a quarta expedição, composta de duas colunas, ambas com mais de quatro mil soldados equipados com as mais modernas armas disponíveis à época. O arraial resistiu até 5 de outubro de 1897, quando morreram os quatro últimos e derradeiros defensores, depois de um massacre feroz. Canudos não se rendeu. Lutou até o esgotamento físico. O cadáver de Antônio Conselheiro, que havia morrido de morte natural poucos dias antes, foi exumado e levado a Salvador.
A República vencera! Enfim, o batismo de fogo legitimou os heróis republicanos. Os inimigos vencidos não foram os velhos Barões do Império. Nem ministros do Imperador. Nem senhores de terra e escravos. Mas homens e mulheres pobres, mestiços, caboclos, cabras, mulatos, sararás. Todos magros e fortes, rústicos e mestiços. O sertanejo era “antes de tudo um forte”, “a rocha da nacionalidade”, no falar de Euclides de Cunha.
*
Assim começou a modernidade brasileira. Com a arrogância paulista e o sangue nordestino (não o da casa-grande, claro).


Alberto Luiz Schneider é Doutor em História pela Unicamp. Foi Pesquisador Associado do Departamento de Português e Estudos Brasileiros do King’s College London). Atualmente é Professor de História do Brasil da Universidade Camilo Castelo Branco – Unicastelo (São Paulo-SP)




Texto publicado originalmente na Revista Real em sua edição de novembro de 2010. http://www.revistareal.com/nov10.php
Postado por Blog do Curso Licenciatura em História da Universidade Camilo Castelo Branco às 02:21 0 comentários

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Superação na condição predatória do indivíduo e seu modo de vida sustentável.

No entardecer de um país qualquer e em uma metrópole qualquer, de uma sociedade regida por um sistema capitalista, encontra-se um vilão feroz que atormenta a vida do indivíduo modelado a produzir, de forma técnica e pouco humana e este vilão é conhecido como dinheiro e nele, está toda a culpa do cansaço que o indivíduo tem quando chega exausto em seu lar depois de mais um dia de trabalho.
Nota-se que o homem necessita competir o tempo inteiro com profissionais de diversas funções e cada vez mais preparado para interagir dentro de um determinado segmento, onde se pautam as metas e lucratividade em primeiro plano.
Observamos dentro de um contexto empresarial, que a sustentabilidade é a palavra da moda e usada muitas vezes de forma vazia e sem comprometimento, está tomando conta do mercado da indústria global, gerando lucro a diversas empresas pelo mundo a fora, no entanto, utilizam-se da desculpa de que devemos cuidar do lugar onde vivemos para obter um lucro maior e é cada vez mais nítido que o homem não está preocupado com a raça humana, mais sim com aumento de receitas.
E dentro desta visão global e dinâmica o homem precisa se multiplicar, vencendo e perdendo no mercado de trabalho, buscando alternativas para que não se torne um sujeito vulnerável à redução de gastos de sua empresa.
E como o profissional deve agir quando é demitido de forma fria pelo chefe ou encarregado de seção, onde o mesmo percebe que está ultrapassado ou com idade superior ao que a empresa impõe como regra?
Vejamos um sujeito que é educado de forma tecnicista, ingressa no mercado de trabalho exercendo a sua função de maneira digna, constitui família, tendo gastos normais em seu lar e de uma hora para outra é dispensado de sua função para que a empresa programe as ações de marketing e metas para atingir a sustentabilidade que lhe dará autonomia no mercado, menos despesas e mais lucros. Igual a este exemplo existem milhões de pessoas dentro do sistema capitalista e que infelizmente, não encontramos uma forma adequada para que a sociedade possa viver de maneira igualitária e tenha acesso aos direitos básicos para a felicidade plena e claro, verdadeiramente anexada em um mundo sustentável.
De forma coerente e totalmente baseada na melhor condição do homem no mercado de trabalho e na luta pela extinção do capitalismo, o filósofo prussiano, Karl Marx deixou para sociedade em uma de suas frases, como o dinheiro é importante e ao mesmo tempo o gerador de todo o mal do indivíduo em sua vida ativa.
(...) O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a. (MARX, 1982, p. 81).
A dominação da moeda é tão intensa que notamos um número exagerado de pessoas com problemas depressivos, vivendo a base de medicamentos por conta de eventuais fracassos na carreira profissional, pois, viver sem o mesmo, muitas vezes é preferível não ter vida ou se esconder em um labirinto escuro, que se resume a um quarto fechado ou um leito de uma clínica de reabilitação.
Mas dentro deste tema obscuro onde o idealizador do comunismo apontou o dinheiro como gerador da problemática, pode-se encontrar uma motivação para vencermos sem amar o dinheiro e bens materiais que por ora, entendemos que é a verdadeira maneira de ser feliz.
Tudo pode indicar que o profissional é utilizado de forma injusta e extremamente explorado pelo setor privado e máquina pública, mas devemos encontrar no amor e dedicação em nossa vocação profissional como estímulo para crescermos no setor.
Se você se sentir cansado, ultrapassado, velho demais para uma determinada função, lembre que sua vocação vai além de qualquer comentário desanimador de um colega de trabalho, chefe ou até mesmo de um concorrente a uma vaga em seu próprio trabalho.
Palavras como aquelas que estamos acostumados a ouvir, dizendo que um é melhor do que o outro, este tem melhor preparo, aguenta mais pressões no trabalho ou qualquer frase do tipo, neste caso, podemos utilizar como exemplo para superação uma canção de cantores e compositores brasileiros, Flávio Venturini e Renato Russo na música, Mais uma vez;
(...) Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei, escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem. Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, tem gente enganando a gente, veja a nossa vida como está, mas eu sei que um dia a gente aprende, se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo, quem acredita sempre alcança! Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei, escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, espera que o sol já vem. Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém, tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, mas eu sei que um dia a gente aprende, se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo, quem acredita sempre alcança! Quem acredita sempre alcança!(...)
Este texto com caráter intuitivo está longe de fazer críticas ao empregador, pois, todos sabem que a lógica de mercado é reduzir gastos e aumentar lucros e se uma empresa não o faz, correrá na contramão na perspectiva de mercado e não poderá se unir a grandes marcas e talvez não consiga dar continuidade em determinado setor. E como mudar tal situação? Eu juro que eu não sei, mas o homem contemporâneo deve contribuir de alguma forma em seu meio para que se possam minimizar tais problemas.
Por isso discorro em caráter intuitivo, onde eu não sei em que fim dará toda esta problemática. O que imagino é que o capitalismo é a “liberdade” para os homens e a maldição para todos os povos.
E é desta forma que finalizo este texto, pois nada pode ser tão valoroso quanto a sua própria qualidade profissional e devemos visualizar um horizonte longínquo, entretanto, plenamente favorável a nós, sem temermos os riscos da concorrência de mão de obra e da tão famigerada visão capitalista dos empresários atuais, pois, as nossas qualidades e vocações jamais serão ofuscadas por números ou metas.

Evandro Amaral Fernandes - Guga

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Futebol nacional. Patrimônio cultural brasileiro ou business?

Futebol nacional. Patrimônio cultural brasileiro ou business?

O futebol contemporâneo nos leva a crer que os nossos clubes de futebol no Brasil podem alcançar em valores e investimentos os tão bem quistos pela mídia mundial, os clubes europeus, que tem como presidentes e diretores, homens ligados a todas as formas de negócios, sendo o mais importante deles, o petróleo.
Haja vista que na década de 80, no século XX, alguns clubes da Colômbia tinham como principal renda, o narcotráfico e perderam suas forças futebolísticas por conta de duras medidas do governo local contra os narcotraficantes, já no leste europeu, existem rumores de negócios obscuros de homens ligados a crimes políticos e tráfico de armas. Desta forma, podemos nos orgulhar em dizer que o crime organizado não tem nenhum envolvimento com os nossos clubes e temos em nosso principal esporte a ética impetrada, algo que não há em qualquer potência futebolística mundial. Seria crível imaginar que existe ética no futebol brasileiro?
Esta semana, ou melhor, nos últimos meses, estamos discutindo o reconhecimento de títulos nacionais, cotas televisivas, débitos com entidades do futebol e pasmem, discutimos também a taça das bolinhas. A Caixa Econômica Federal criou este troféu para homenagear o clube que ganhasse o primeiro Tri Campeonato consecutivo ou o primeiro Penta Campeonato, que teria uma conta inicial no ano de 1971.
Após, toda essa discussão gerada com a confirmação do Octa Campeonato conquistado por Santos e Palmeiras, respectivamente e beneficiados como Botafogo, Cruzeiro, Bahia e Fluminense, a Caixa Econômica Federal entregou a taça ao São Paulo e em menos de uma semana, a Confederação Brasileira de Futebol, reconheceu a Copa União de 1987, acabando com toda a polêmica criada sobre este título conquistado pelo Clube de Regatas Flamengo. Simples assim, com apenas uma “canetada”, um apoio político transforma uma discussão de quase 23 anos em ato consumado e se estivesse sendo discutido na esfera jurídica, seria trânsito em julgado. Basta saber, quem ficará com a taça.
Pronto, Mengão Campeão de 1987, 23 anos após e todos ficam felizes, ao menos a maior torcida do mundo ficou.
Santista de coração, desde criancinha, sempre disse a todos que o meu clube havia ganhado todos os nacionais conquistados dentro de campo, mesmo antes do reconhecimento e o que mais me entristece, foi da maneira que tudo foi conduzido. O meu clube de coração precisou apoiar a CBF, na esfera política, se aliou com outros clubes na última votação do Clube dos 13, onde o Kleber Leite, candidato com apoio da entidade máxima do futebol canarinho saiu derrotado na votação, mas ao menos o Peixe obteve o reconhecimento dos títulos do maior time de futebol de todos os tempos. Derrotado ou vitorioso, não importa, o que se discute foi à maneira que foi necessário para se obter o reconhecimento dos títulos.
Política no futebol, bastidores em erupção e empresas da mídia brasileira envolvidas em uma discussão jamais vista antes no futebol nacional. Dinheiro, muito dinheiro, que fará a empresa ligada a uma denominação Neo-Pentecostal e a mais imponente delas, que cresceu na ditadura e hoje continua utilizando a especulação e apoio político para desunir os clubes do Brasil, pois, não concorda de forma alguma dividir a audiência de suas telenovelas com o futebol que há tempos lhe pertence. Veremos nos próximos dias ou na próxima semana, talvez, ou melhor, a maior briga da história do futebol nacional na era capitalista. Edir x Marinhos, quem leva a melhor? Veremos as cenas finais nos últimos capítulos desta novela.
Se o dinheiro vem de grupos capitalistas ou de recursos Neo-Pentecostais, não vem a mesa de discussões, o que se discute é a ética no Futebol, pois da forma que está fará com que a população brasileira deixe de crer que não existam corruptos no futebol, ou que empresários de jogadores ou ligados ao futebol nacional não tenham ligações com o crime organizado.
Eu não tenho informações, não tenho fonte alguma e não quero crer que bandidos tomam conta do futebol nacional, pois aprendi, mesmo que tenha sido de uma herança militar, que o futebol brasileiro é o melhor do mundo e que nossos clubes é um patrimônio nacional. Viva o futebol canarinho porque a “A taça do mundo é nossa,
com brasileiro não há quem possa. Êh eta esquadrão de ouro, é bom no samba, é bom no couro”...



Evandro Amaral Fernandes
25 de Fevereiro de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Afro X no programa Provocações da Tv Cultura, apresentado pelo ator e jornalista Antonio Abujamra

Depois de mais um dia de trabalho e de ter acompanhado a aula do Professor Fernando sobre o Código Napoleônico, cheguei a minha casa e em mais um momento de alienação, sentei em frente à tv e acompanhei parte da entrevista de Antonio Abujamra concedida pelo Rapper Afro X ao Canal 2, tv Cultura e tão logo notei que o apresentador está meio confuso com os problemas na esfera educacional brasileira.
Em um trecho da entrevista, o jornalista perguntou sobre o que ocorreu nos Estados Unidos da América na década de 40 no século passado, onde negros foram massacrados e o Rapper não soube lhe responder. O apresentador ficou um pouco surpreso com a negativa do Afro X e fez uma pequena crítica aos negros brasileiros, pedindo mais empenho sobre assuntos ligados a segregação racial no mundo.
Ora, Abujamra, o senhor, um dos maiores intelectuais deste país, não notou que não se ensina História no Brasil como se deveria e nós brasileiros estamos inseridos em um sistema tecnicista, implantado pela Ditadura Militar, que deixou o poder na década de 80 e nada foi alterado, ou melhor, mudou-se muito com o fim da Ditadura, mas infelizmente foi a caminho da regressão. A LDBN de 96 não funciona e os atuais "liberais" que estão no comando não conseguem mudar o atual sistema, onde a progressão continuada faz sucesso entre a garotada. Pode até ser uma heresia cometida por quem vos escreve em dizer que os alunos matriculados no período da Ditadura eram melhores qualificados do que os atuais alunos, entretanto basta pedir a um aluno matriculado no sistema de ensino do Governo do Estado de São Paulo fazer uma pequena leitura e visualizará algo alarmante, como gagueira ou incompreensão de algumas palavras. Sabemos que os alunos ingressados no período militar estudavam até a antiga quarta série e logo depois se estendeu para a antiga oitava série e todos eles sabiam ler e escrever. Estranho, não?
Apesar de tudo, continuarei sonhando com o progresso e se sonhar com um país melhor é buscar um sistema de ensino eficaz, sonharei por todos os dias em minha jornada em busca da resistência intelectual, por um país mais igual, onde todos, ou pelo menos a maioria terão acesso a um ensino de qualidade.
Lembrando que eu também faço parte da grande massa que se formou ou ao menos passou pelas salas de aulas do atual Governo do Estado Bandeirante e necessito, como todos outros ex-alunos, milhões de guerreiros brasileiros, correr atrás do prejuízo causado pelo Sistema Público de Educação.

Como diria Paulo Freire:
"Todo ato de educação é um ato político".



Evandro Amaral Fernandes

Link : Afro X
http://afroxis.blogspot.com/2011/01/afro-x-participa-do-programa-provocacao.html

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Orando na penumbra.

Letra: Orando na penumbra.

.
Por: Evandro Amaral Fernandes - Guga.

Com a cara e a coragem
E um semblante diluído
Com problemas que avassalam
Pensamentos em extermínio
Eles querem algo a mais
Tiram tudo de você
Tudo em volta é plausível
Mas não lhe dá prazer
O mal sopra em seus ouvidos
Pra roubar o teu caráter
Pra sujar seus belos sonhos
E tomar sua coragem
Se a vida lhe maltrata
Pequenez de sentimentos
O ardor segue os seus passos
Vem colado em sua sombra.

REFRÂO: Se libertar do mal, lutar, acreditar, ter fé é o bastante, você vai conseguir, se libertar do mal, lutar, acreditar, ter fé é o bastante, você vai conseguir, se libertar do mal...

A estrada se encurta
Em um sonho desprezível
O algoz do vencedor
Segue a sina do indivíduo
Muitos focam a maldade
Prosperada na ganância
Que diverge com o bem
No andar da própria sorte
Quantos vícios e versões
Alguém tem que compreender
Pra entender o que é ruim
E esquecer ao amanhecer
A virtude segue exposta
Anda frágil e contestada
Te pediram algo em troca
Algo fútil e distante.

REFRÂO: Se libertar do mal, lutar, acreditar, ter fé é o bastante, você vai conseguir, se libertar do mal, lutar, acreditar, ter fé é o bastante, você vai conseguir, se libertar do mal...




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Êxodo Sertanejo


Letra: Êxodo Sertanejo
Guga - Evandro Amaral

Há tempos sofremos, de longe viemos
O som que escolhemos é o dom que nós temos
A luta e conquista do povo hebreu
A semelhança da dor de um filho teu
Morte, homicídio, choro transmitido
Terror na cidade, a cores, ao vivo
Somos filhos do caos
Da luta cansativa
Armados com idéias em uma pátria assassina.

LUTAR, LUTAR E TER FÉ PARA VENCER
LUTAR, LUTAR, LUTAR
LUTAR, LUTAR , LUTAR PARA VENCER
LUTAR, LUTAR, LUTAR... ( Refrão ).


Miséria no caos em um jardim florido
Juventude liberta de um esgoto político
Onde possamos entender o bem e o mal
O Poder legislativo, Judiciário e Federal
Onde possamos viver da melhor maneira
Das verdades do país, da Pátria, da bandeira
Livres como pássaros, felizes ao céu
Liberto de um sistema nojento e cruel.


Esta composição é uma homenagem aos meus avós, pais e familiares que vieram do Nordeste tentar a sorte em São Paulo e fizeram deste Estado uma potência dentre os grandes Estados do mundo.
Homenagem esta, singela, pois o povo sertanejo são os verdadeiros patriotas, povo que deixou a sua terra para viver um sonho dentro de uma mentira tecnicista, vendida pelos opressores da ditadura brasileira
 

Filme: Era uma vez a América

Sinopse:
Era uma vez na América ( Once Upon a Time in America) é um de filme de 1984, do gênero drama, realizado por Sergio Leone e com roteiro baseado no livro de Harry Grey. A música original é de Ennio Morricone.

Principais Personagens:
          Robert de Niro - David Aaronson
          James Woods - Maximillian Bercovicz
          Elizabeth McGovern - Deborah Gelly
          Tuesday Weld - Carol
          Treat Williams - Jimmy O'Donnell
          Joe Pesci - Frankie Monaldi
          Danny Aiello - Chefe de polícia Aiello
          William Forsythe - Philip Stein
          Burt Young - Joe
          James Russo - Bugsy
          Jennifer Connelly - Deborah jovem
Depoimento:
Tratando-se de América onde existe poder e ganância em diversos setores da sociedade, fica cada vez mais nítido no transcorrer do drama policial que Max e Noodles, principais personagens do filme, não teriam a tão sonhada aposentadoria que possivelmente os deixariam livres de assaltos e homicídios.
Abordando o tema com um olhar atual, nota-se que a proibição de um determinado produto não impede que a sociedade não tenha acesso a eles.
Monstros mascarados de mocinhos, os mesmos criados pelo Estado para servirem o poder paralelo, matam, assaltam e estupram, podem ser vistos nas ruas da América ou em ruas dos subúrbios mais próximas. Seria este, um roteiro de um clássico do cinema que tem a sua história discorrida nos anos 30 ou uma canção composta por um gangsta-rap, dos anos 90?.
Dizer que o filme é ótimo e que atores como Robert de Niro, James Woods e Elizabeth Macgovern tiveram uma ótima atuação é “chover no molhado”, pois o filme diz muito mais do que jovens delinqüentes que se tornam grandes criminosos.
Portanto, Era uma vez a América não teve a rubrica do Sergio Leone em um documento qualquer, mas sim toda uma obra cuidadosamente redigida e que faz o telespectador observar o drama de uma maneira histórica e plenamente atual.