terça-feira, 8 de novembro de 2011

INTRODUÇÃO - Pichação na região metropolitana de São Paulo.

INTRODUÇÃO

As intervenções urbanas nas metrópoles de todo mundo são percebidas nos filmes, documentários, imagens de revistas, videoclipes e não há em suma, algo que possa definir o significado ou o motivo que façam com que os jovens tinjam os muros e anexem palavras, muitas vezes indecifráveis e com conteúdos que fogem aos olhos de quem não as reconhecem com uma visão mais peculiar sobre o assunto. Os olhares estão voltados ao capital, nas relações do homem com o meio e o modo de vida em que todos estão impostos a viver. Não é difícil em qualquer lugar do mundo se deparar com propagandas de grandes empresas ou então, avistar propagandas de pequenos comércios a fim de divulgar o seu ponto e transmitir a uma grande parte das pessoas que circulam em um determinado local para conhecerem aquele recinto ou marca. Se tratando de pichação, podemos dizer que são estabelecidas algumas regras da publicidade em geral, no entanto, a ilegalidade é a grande chefe da prática urbana e não há locais específicos ou que estejam excluídos das cores múltiplas dos jovens anônimos em busca de adrenalina e reconhecimento na arte urbana.
Na região metropolitana da cidade de São Paulo, a pichação não é tão diferente das outras grandes metrópoles, haja vista que a prática também é marginalizada e seguem, exceto a cultura local de cada país, os mesmos padrões estabelecidos em outros lugares do mundo. Não há um denominador comum e um fato que determine por si só os verdadeiros motivos que levaram tal juventude a iniciar neste movimento cultural.

DELIMITAÇÃO DO TEMA

Este projeto de pesquisa buscará elementos que possam nos aproximar da tão contestada forma de arte que é a pichação na região da grande metrópole de São Paulo, mas deixo claro que não haverá nenhuma resposta contundente que afirme o verdadeiro motivo pelo qual, paredes, viadutos, pontes, prédios, monumentos, banheiros públicos e particulares, telhados, terraços de casas e assobradados, portas comerciais sejam cobertos pelas mais variadas cores e formas de letras, quase sempre indecifráveis por cidadãos que desconhecem a prática urbana. Compreender esta cultura que nasceu no anonimato e modifica o dia a dia de diversas cidades de todo mundo, seria necessário viajar e conhecer todas as maneiras como são aplicadas as técnicas e a cultura local ser visualizada mais de perto. Este projeto não tem como objetivo buscar toda a problemática do tema e sim tentar compreender como chegou até aqui na região da grande metrópole paulista, portanto, a relação entre a pichação na região metropolitana de São Paulo com a conhecida no inicio da escrita não será colocada em prática, tão pouco aproximada neste projeto de pesquisa. Encontraremos poucas fontes bibliográficas sobre a pichação iniciada na região da grande metrópole bandeirante e seria errôneo afirmar que exista apenas um ideal contestador ou buscarmos apenas com uma prática de vândalos e suas gangues que buscam fixação e notoriedade em determinados pontos da grande São Paulo.



JUSTIFICATIVA

Em outro período, foi visto na grande metrópole uma pichação diferente do que vimos atualmente, onde foi utilizada com um caráter de luta, praticada pela juventude estudantil e militantes contrários a Ditadura, onde muros da cidade e monumentos históricos foram tingidos com palavras de nova ordem, acusando militares de opressores. Dizeres como abaixo a ditadura, ainda era facilmente avistada no inicio da década de 90, principalmente onde conhecemos como centro velho da cidade de São Paulo.
Para conseguirmos compreender a origem da pichação na grande São Paulo, temos que entender em nossa sociedade a chegada da cultura estadunidense no Brasil, pois se há uma cultura que se faz presente ainda nos dias de hoje no Brasil, essa cultura sem dúvida alguma é a Yankee, embora não haja certeza se realmente a pichação em São Paulo existiria da forma atual, não houvesse tal interferência cultural.
Houve em todo país, outrora um processo de construção da cultura vivida nos Estados Unidos e com a queda da Ditadura, uma mudança lenta, porém significativa, mudou o panorama do modo de vida dos jovens do Brasil e encontramos algumas evidências que filmes e videoclipes produzidos pela indústria dos Estados Unidos da América, transformaram a visão de mundo dessa juventude. E se no Estado Novo e na Ditadura, pós 1964, já havia seguidores dos músicos e cineastas dos Estados Unidos da América, com o fim da ditadura no Brasil, impulsionou grande parte da população para uma liberdade que foi usurpada por Ditadores e uma nova forma de vida foi colocada em prática nos anos seguintes. Excluir os pichadores deste conceito seria mais uma forma preconceituosa de agir, pois o pichador, mesmo agindo de forma anônima, também está inserido neste processo histórico. Como já citei, não há provas se existe ou não influencia direta da cultura dos Estados Unidos em nossos jovens pichadores, mas podemos afirmar que a música, o estilo como se vestem e em muitos casos, a forma de atuar na pichação se aproxima com os jovens dos Estados Unidos da América.





OBJETIVO


O objetivo deste projeto é identificar a essência dessa cultura e encontrar as características das intervenções urbanas causadas pelas pichações na região da grande metrópole da capital bandeirante e transmitir a verdade sobre o tema, não se apegando em preconceitos que descreveriam a prática como forma de crime.


FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Interagir com os aspectos mais relevantes para a memória da pichação na região da grande São Paulo, usando a arte urbana como forma de expressão da juventude local. Neste trabalho, podemos definir uma grande problemática, como a lei de crime ambiental, que está prevista como forma de crime e também os proprietários dos imóveis, descontentes por terem os seus bens tingidos pelos pichadores da região da grande metrópole da capital paulista.


METODOLOGIA
Este projeto pretende analisar de perto a arte urbana, utilizando-se de documentários, bibliografia, materiais e entrevistas concedidas pelos próprios pichadores.
A internet será uma grande ferramenta para o auxílio no projeto, pois há uma escassez de fontes sobre o tema, por se tratar de crime ambiental e ser uma arte marginalizada por grande parte da sociedade paulista.

BIBLIOGRAFIA

Lassala, Gustavo. Pichação não é Pixação. Altamira Editorial.
Tota, Antonio Pedro. O imperalismo Sedutor. Companhia das Letras
Martins, Carlos Benetido. O que é sociologia. Editora Brasiliense

Documentários:
Pixador - Documentary. dir. Guiomar Ramos. Video. 23:00 (Brazil).
Pixo – Documentário. João Weiner e Roberto Oliveira.
Por:
Evandro Amaral Fernandes - Guga.
Viva o coletivo!

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