quinta-feira, 21 de abril de 2011

Superação na condição predatória do indivíduo e seu modo de vida sustentável.

No entardecer de um país qualquer e em uma metrópole qualquer, de uma sociedade regida por um sistema capitalista, encontra-se um vilão feroz que atormenta a vida do indivíduo modelado a produzir, de forma técnica e pouco humana e este vilão é conhecido como dinheiro e nele, está toda a culpa do cansaço que o indivíduo tem quando chega exausto em seu lar depois de mais um dia de trabalho.
Nota-se que o homem necessita competir o tempo inteiro com profissionais de diversas funções e cada vez mais preparado para interagir dentro de um determinado segmento, onde se pautam as metas e lucratividade em primeiro plano.
Observamos dentro de um contexto empresarial, que a sustentabilidade é a palavra da moda e usada muitas vezes de forma vazia e sem comprometimento, está tomando conta do mercado da indústria global, gerando lucro a diversas empresas pelo mundo a fora, no entanto, utilizam-se da desculpa de que devemos cuidar do lugar onde vivemos para obter um lucro maior e é cada vez mais nítido que o homem não está preocupado com a raça humana, mais sim com aumento de receitas.
E dentro desta visão global e dinâmica o homem precisa se multiplicar, vencendo e perdendo no mercado de trabalho, buscando alternativas para que não se torne um sujeito vulnerável à redução de gastos de sua empresa.
E como o profissional deve agir quando é demitido de forma fria pelo chefe ou encarregado de seção, onde o mesmo percebe que está ultrapassado ou com idade superior ao que a empresa impõe como regra?
Vejamos um sujeito que é educado de forma tecnicista, ingressa no mercado de trabalho exercendo a sua função de maneira digna, constitui família, tendo gastos normais em seu lar e de uma hora para outra é dispensado de sua função para que a empresa programe as ações de marketing e metas para atingir a sustentabilidade que lhe dará autonomia no mercado, menos despesas e mais lucros. Igual a este exemplo existem milhões de pessoas dentro do sistema capitalista e que infelizmente, não encontramos uma forma adequada para que a sociedade possa viver de maneira igualitária e tenha acesso aos direitos básicos para a felicidade plena e claro, verdadeiramente anexada em um mundo sustentável.
De forma coerente e totalmente baseada na melhor condição do homem no mercado de trabalho e na luta pela extinção do capitalismo, o filósofo prussiano, Karl Marx deixou para sociedade em uma de suas frases, como o dinheiro é importante e ao mesmo tempo o gerador de todo o mal do indivíduo em sua vida ativa.
(...) O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a. (MARX, 1982, p. 81).
A dominação da moeda é tão intensa que notamos um número exagerado de pessoas com problemas depressivos, vivendo a base de medicamentos por conta de eventuais fracassos na carreira profissional, pois, viver sem o mesmo, muitas vezes é preferível não ter vida ou se esconder em um labirinto escuro, que se resume a um quarto fechado ou um leito de uma clínica de reabilitação.
Mas dentro deste tema obscuro onde o idealizador do comunismo apontou o dinheiro como gerador da problemática, pode-se encontrar uma motivação para vencermos sem amar o dinheiro e bens materiais que por ora, entendemos que é a verdadeira maneira de ser feliz.
Tudo pode indicar que o profissional é utilizado de forma injusta e extremamente explorado pelo setor privado e máquina pública, mas devemos encontrar no amor e dedicação em nossa vocação profissional como estímulo para crescermos no setor.
Se você se sentir cansado, ultrapassado, velho demais para uma determinada função, lembre que sua vocação vai além de qualquer comentário desanimador de um colega de trabalho, chefe ou até mesmo de um concorrente a uma vaga em seu próprio trabalho.
Palavras como aquelas que estamos acostumados a ouvir, dizendo que um é melhor do que o outro, este tem melhor preparo, aguenta mais pressões no trabalho ou qualquer frase do tipo, neste caso, podemos utilizar como exemplo para superação uma canção de cantores e compositores brasileiros, Flávio Venturini e Renato Russo na música, Mais uma vez;
(...) Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei, escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem. Tem gente que está do mesmo lado que você, mas deveria estar do lado de lá. Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, tem gente enganando a gente, veja a nossa vida como está, mas eu sei que um dia a gente aprende, se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo, quem acredita sempre alcança! Mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei, escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, espera que o sol já vem. Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém, tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar, mas eu sei que um dia a gente aprende, se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo, quem acredita sempre alcança! Quem acredita sempre alcança!(...)
Este texto com caráter intuitivo está longe de fazer críticas ao empregador, pois, todos sabem que a lógica de mercado é reduzir gastos e aumentar lucros e se uma empresa não o faz, correrá na contramão na perspectiva de mercado e não poderá se unir a grandes marcas e talvez não consiga dar continuidade em determinado setor. E como mudar tal situação? Eu juro que eu não sei, mas o homem contemporâneo deve contribuir de alguma forma em seu meio para que se possam minimizar tais problemas.
Por isso discorro em caráter intuitivo, onde eu não sei em que fim dará toda esta problemática. O que imagino é que o capitalismo é a “liberdade” para os homens e a maldição para todos os povos.
E é desta forma que finalizo este texto, pois nada pode ser tão valoroso quanto a sua própria qualidade profissional e devemos visualizar um horizonte longínquo, entretanto, plenamente favorável a nós, sem temermos os riscos da concorrência de mão de obra e da tão famigerada visão capitalista dos empresários atuais, pois, as nossas qualidades e vocações jamais serão ofuscadas por números ou metas.

Evandro Amaral Fernandes - Guga

2 comentários:

  1. Seu discurso tem lógica, Evandro. Enquanto vivermos numa sociedade regida pelo sistema capitalista, fatalmente bilhões de pessoas continuarão a viver da mesma forma... bilhões de pessoas permanecerão excluídas. Nas palavras de Maria Candelária V. Moraes, "O capitalismo é predatório. Ele não promete nada ao indivíduo mas, sim, o seduz"

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  2. Concordo com o que disse o Dom Victor, mas o capitalismo não só seduz, mas escravisa, tanto pode enaltecer,enobrecer, ou destruir.

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