sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dialética em ação.

DIALÉTICA EM AÇÃO.

O seu caminho você cria, sua trilha é sinistra
O luar virou penumbra, tem o ódio no olhar
O discurso não agrada, paralisa, amordaça
É conselho, não é sermão. Aprendizado foi em vão.
Pra que que eu vou dizer, se você não vai ouvir.
Um salve pra quem é, quem é vai me ouvir.
É malandro demais para entender o que eu sou
Diz que fez, diz que faz. O 2 Pac voltou?
Não!
Você não sabe o valor da humildade
É o dono do pedaço, com terror que ataca
Você e sua banca, seu ego não me espanta
O melhor vai chegar, será que é você?
O moderno não é novo, essa arte não me faz
O novo já foi velho carregado em ideais
Aplaudindo ou julgando, lave as mãos ou nada mais
Eu aguardo os bons frutos, eu semeio o melhor
Eu não vou me espelhar em quem não vale um real
O traçado contém curvas e um abismo no final
Sigo metas e os meus planos, pode crer que eu farei
Seguirei os meus princípios, na moral, com sensatez.

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação.
Eu não rimo o que eu não vivo eu não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação.


O sonho do garoto agora é outro
uísque no verão, cana no inverno.
Se encontra em um inferno, alcoólatras em série
Não medirão esforços em fazê-lo regredir
Só assim vou versar, quem que vai me aplaudir?
Larguei o fútil e me enformei
O caminho é o inverso
Os meus versos contagiam, poesia se faz rima.
Pra você no rolê as minas vão querer
Quem vai assumir quando o filho nascer?
Uma pá iludido, o filho não tem pai
A mãe não sabe ao certo a quem pedir pensão
Um tanto iludido, acende vela a Tocqueville.
Um dia citou Marx, mas hoje é heresia.
Os meus versos contagiam, poesia se faz rima.
O Rap faz a vida, versar é minha sina...

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação.
Eu não rimo o que eu não vivo eu não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação.



Até quando vai ficar refém da própria mente, até quando vai levar uma vida inconsequente?
Tem filho e não é pai, seu futuro é solidão
É um cara de talento, mas prefere a escuridão
No caos, em declínio, rolando em degraus
Jovem suspeito de crime. Foi pego!
Esperto demais quem o crime buscou
Moto, mansão, assalto, carro e dinheiro
Liberdade deu fim com um tiroteio
Habeas corpus negado, o juiz condenou
Visita aos domingos o que lhe restou.

Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação.
Eu não rimo o que eu não vivo, não vendo ilusão
Os meus versos são pesados, dialética em ação...



Evandro Amaral Fernandes - Guga.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A modernidade do futebol brasileiro transformou o sonho do Corinthians em realidade.


O Corinthians dá inicio a uma nova era futebolística, se livra do peso de nunca ter conquistado um título Internacional de relevância e mostra a sua força conquistando a tão sonhada Taça Libertadora da América de maneira invicta, deixando para traz o Clube de Regatas Vasco da Gama na quartas de finais, o Santos Futebol Clube nas semifinais e o Clube Atlético Boca Juniors na final. Ao ver a derrocada do Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso, confesso que achei que fora injusto, pois o Corinthians jogou de forma compacta como bem gosta de dizer os comentaristas de futebol do Rio Grande do Sul. O Corinthians não só jogou de forma compacta com o Santos, mas jogou com vontade de vencer, gana pela Taça, algo que faltou para o alvinegro das praias. Contra o Boca Juniors nas finais mostrou que a vontade de vencer era ainda maior e por tal motivo fora campeão, mesmo jogando com laterais limitados e com jogadores que não estão enquadrados entre os principais jogadores do país, ao menos é assim que enxerga o então técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes.

Parabéns ao Corinthians, não só pelo título, mas por provar que a vontade de vencer é o que dá a vitória a um time de futebol e isso não é redundância, é fato. A vontade de vencer é um fato verídico que se encontra nos botequins, balcões de padarias, nos diálogos dos amantes do futebol, nos pontos de ônibus, nas praças e até nos escritórios com carpetes persas de ar condicionado na temperatura adequada. A vontade de vencer corintiana uniu o brio do elenco e o impacto financeiro positivo tão bem orquestrado e implementado pelos dirigentes da diretoria anterior e pela continuidade dos sucessores. Eis o motivo pelo sucesso.

O novo tempo do futebol brasileiro chegou com mais receitas, mais impacto televiso, novos estádios, jogadores estrangeiros chegando e poucos jogadores partindo. A modernidade fixou-se e desta forma fará com que dirigentes de futebol descomprometidos com o novo se tornem vilões, serão verdadeiros demônios e serão cassados por torcedores com estacas, paus e pedras, alho, cruz e caixão para não ter dúvida que este não voltará. Há muito que o torcedor é assim, emoção e não razão.

Com a vitória do alvinegro de Parque São Jorge os 4 clubes grandes do Estado Bandeirante são detentores de títulos da Taça Libertadores da América e não haverá pressão por este título, ao menos no momento.

No Rio Grande do Sul os 2 grandes clubes detém títulos da Libertadores e desde 2006 a piada do “nacional” já não é contada pelos torcedores tricolores. O Internacional de Porto Alegre se estruturou e conseguiu levantar a maior taça do continente por duas vezes, assim como o seu maior rival.

O êxito do Corinthians na Libertadores presenteou ao Estado de Minas Gerais e ao Estado do Rio de Janeiro novas provocações e estas mais incisivas, com uma pressão ainda maior a ser comentada. No Rio de Janeiro, Vasco e Flamengo já levantaram uma vez cada um o caneco da Libertadores, porém Botafogo e Fluminense ainda buscam tais títulos. Já em Minas Gerais o Cruzeiro conquistou duas Libertadores e o seu grande rival não tem tal título.

Os 12 grandes Clubes do Brasil iniciarão uma nova etapa futebolista e creio que Clube Atlético Mineiro, Fluminense e Botafogo sofrerão as consequências, haja vista que a mídia se concentrou no insucesso do alvinegro da capital paulista desde o fim da década de 90 com a conquista do único título da Libertadores do Palmeiras.

O torcedor moderno se desapega fácil do seu clube de coração, por pequenos erros crucificam os jogadores dos seus times e estes não tem o mesmo amor que tinha o torcedor de outrora. Há aqueles que romperam com a arquibancada ou somente acompanham o seu clube de coração se o mesmo estiver em evidência. O torcedor de futebol do século XXI quer mesmo gritar é campeão, ter o craque da seleção em seu clube, poder dizer que o time dele é o que mais vende e que os patrocinadores pagam tanto para um e uma mixaria para o rival. O torcedor atual até se orgulha da história do seu time, mas se as coisas não estirem caminhadas para uma conquista de um grande título, nada tem sentido, não há o que se amar. As cotas televisivas, patrocínios, balanços financeiros e ranking de times com as devidas receitas já fazem parte da nova história do futebol e o saudosismo tornou-se segundo plano.

Volta e meia eu ouço torcedor mais antigo falar com brilho nos olhos dos jogadores das décadas de 60 e 70 e o pouco que vi nos anos 80 me mostrou o quanto o futebol brasileiro dava valor para o futebol como um todo e não somente a uma questão financeira e mercadológica. Dou como exemplo o Serginho Chulapa que ganhou apenas um Paulistão pelo Santos e virou ídolo e citando um jogador do Corinthians dou como exemplo o Paulo Borges que fez o gol de uma quebra de tabu. O torcedor de hoje não tomaria Serginho Chulapa e Paulo Borges como ídolos. O torcedor “cristianiza” os vencedores e aniquila da sua memória aquele que ousou vestir a camisa do seu clube e sair de lá sem conquistar um título de ordem nacional, continental ou intercontinental.

O motivo pelo qual mudou o futebol brasileiro eu não sei, talvez ocorrera pelo fim da Ditadura, do sofrimento de planos mirabolantes nos anos 80 e 90, ou porque enfim o Brasil encontra-se participando do Capitalismo de maneira mais efetiva, mesmo que esteja localizado em uma ordem periférica. Lembremos que os nossos grandes Clubes iniciaram as atividades no início do período moderno, ou seja, todos eles após a proclamação da República em 1889. Os nossos clubes começaram no modernismo do Brasil, mas só agora vivenciam a modernidade de fato.

Nos anos 90 vieram as parcerias e tal vislumbramento parecia ser a solução para os Clubes brasileiros, mas não, as parcerias ruíram e os nossos clubes, clubes verdadeiramente e não empresas como queriam os investidores sofreram com o fim dos arrendamentos. Os nossos clubes colheram alguns louros com tais grupos econômicos, mas depois veio o dilúvio e a Lei Pelé que fora contestada por dirigentes e elogiada por grande parte dos profissionais da imprensa e pelo Sindicato dos atletas deu uma nova cara ao futebol nacional, uma solução que nunca ocorrera. Nasceu ali o empresário dono do jogador fatiado, dando ao clube uma tarefa de formar para fazer no time principal a jogar e talvez lucrar. Ao empresário cabe lucrar, somente lucrar, nada mais que lucrar. O empresário dono de jogador visa lucrar bem mais do que se estivesse investido em uma aplicação bancária qualquer. O Jogador ganha bem e está longe de ser escravo, mas não deixou de ser mercadoria.

Eu não sou rodriguiano, mas creio que se ele estivesse vivo não compactuaria com tal modernidade, mesmo sendo grato à família marinho. O dramaturgo tricolor e “reacionário” iria brigar por um futebol mais brasileiro, mais harmonioso, mais jogado, menos lucrativo, porque seria ele um saudosista e não iria querer ver nenhum gigante entre os grandes, nem mesmo o Fluminense. Que os 12 clubes grandes do Brasil não deixem as altas cifras mudar o cenário futebolístico e que os demais clubes que pertenciam ao Clube dos 13 e que não eram grandes lutem para se tornarem grandes como estes acima citados, pois neste momento até mesmo o Bahia que é Bi Campeão brasileiro continua como um time médio, talvez por não ser do Sudeste, pode ser, mas que o Bahia faça bem mais do que já fez e só assim mostrará a sua força. O Bahia não é grande porque nunca quis ser e preferiu a rivalidade regional com o Vitória do que brigar para ser o 13° grande clube do Brasil.

O nosso futebol vive hoje um ótimo momento, com mais dinheiro de receitas, mais visibilidade mundial, não só pela Copa14 que aqui será, mas também pela grave crise no velho continente. Que todos os dirigentes de Clubes saibam administrar e transformar dinheiro em títulos e estruturas para os clubes e que Fluminense, Atlético Mineiro e Botafogo vençam a Taça Libertadores da América, pois são estes os condenados a grandeza sem conquistar o Continente.

O Corinthians nem bem começou a receber as altas cifras e já tratou de pagar aos seus torcedores uma velha dívida. Que os demais façam o mesmo e tenham juízo com o dinheiro da TV e demais receitas e que entendam que tal cifra não advém da fartura.



Evandro Amaral Fernandes – Guga.

terça-feira, 3 de julho de 2012

O mar se cansará de beijar a areia ao as ondas mandar.

O lampião se apaga no fim do querosene, o fruto no pé seca se não houver colheita, o choro não convence quando não há lágrimas, o samba não é bom quando não é de raiz, o casaco esquentará os seus dias se o frio continuar e a festa é sempre chata quando não há o que comemorar. Se a fraqueza lhe impedir de lutar, até o mar se cansará de beijar a areia ao as ondas mandar.

Evandro Amaral Fernandes – Guga.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Arnaldo Jabor. Como eu o vejo

Arnaldo Jabor. Como eu o vejo.
O Arnaldo Jabor recita, excita, atiça e convence a muitos com a sua fala mansa de inteligência múltipla. Tem dias que eu enxergo o Jabor com o código da ética da social Wasp nas mãos, ajoelhado aos pés da imagem de Tocqueville, canonizado por ele mesmo, com a Constituição estadunidense nas mãos, pregando:
“Irmãos, eis a solução, eu tenho o mapa do paraíso”. É assim que eu o vejo.
EVANDRO AMARAL FERNANDES - GUGA.