segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A ÚLTIMA CHAMADA PARA A DEMOCRACIA DO BRASIL


A ÚLTIMA CHAMADA PARA A DEMOCRACIA DO BRASIL

A quantas estaria o Brasil se a esquerda autóctone brasileira resistisse ao Golpe com armas na mão, como propôs Brizola em Abril de 1964?
Apático e tomado pela derrota, Jango entregou o poder e, para o descontentamento do Brizola, o Arraes não quis dar ouvidos ao plano de resistência armada, um plano de bravura e certamente suicida de Leonel Brizola, aquele que talvez tenha sido o mais notável caudilhista e intelectual que já se viu na política brasileira. Mas qual a comparação com a ruptura política de 1° de Abril de 1964 ao 2° Turno das eleições presidenciáveis de 2018?
Pois bem...
Há sim o desmonte de nossa democracia em curso, ainda que parte da imprensa de análise financeira e os subordinados de pauta de redação, apontarem para nós, os democratas e os progressistas, como exagerados ou ensaístas de um prenúncio equivocado. Ainda que eles não enxerguem ou que tenham venda em vossos olhos e estejam amordaçados em frente ao teleprompter e não possam assim dizer, nós brasileiros corremos sim o perigo de que nos próximos 4 anos ocorra uma derrubada do nosso poder de escolha, do nosso direito garantido do voto direto.
Há quem não dê a mínima para a nossa Constituição, idealizada com a contribuição dos legalistas, liberais, neoliberais, comunistas, trabalhistas, socialistas e, acima de tudo, com o apoio popular daqueles que viveram o caos social e ético dos anos de chumbo no Brasil, sobretudo após a segunda metade dos anos 70, quando se viu ruir de vez a economia e os seus planos econômicos mirabolantes, a ponto da liderança militar no poder demonizar o Delfim Neto e forçá-lo ao exílio, aquele que outrora teria sido considerado o mentor do milagre econômico da Ditadura Civil Militar do Brasil.
Infelizmente, nós brasileiros já estamos derrotados, o nosso verdadeiro 7a1 se deu nos últimos meses, com a explosão da intolerância que tomou de assalto o país. Nós estamos vulneráveis as mais variadas e falsas notícias nas redes sociais, assistimos angustiados a propagação de mentiras, calúnias e difamações, incrédulos com tudo o que se deu e se dá até aqui, na onda de agressões físicas, psicológicas e morais, na velocidade que o que há de mais sórdido e inverídico pode percorrer por todos os cantos do Brasil. Não é mera coincidência, o medo e o ódio estão vivos em nosso cotidiano, faz parte da nossa gene política, interiorizada em nossa formação social.
Durante o período que se antecedeu ao Movimento Diretas Já no início dos anos 80, os mais variados grupos uniram forças para derrubar os militares, um movimento que ganhou força entre as frentes artísticas, fabris, intelectuais e estudantis, deixando todas as diferenças ideológicas de lado e se juntaram de maneira pacífica, haja vista que todos tinham conhecimento de que as torturas, assassinatos e os estupros ocorreram dentro da maior naturalidade, perversidade subsidiada pelo patronato da OBAN e organizada pelo Estado. E o Movimento intelectual e fragmentado se deu em prol de um país humanista, um modelo de resistência legalista e de estratégia coerente, pois contra os facínoras, usar a inteligência foi o melhor caminho para se derrubar o poder das armas e de todos os canhões.
O contexto de agora nos arremete ao de outrora, o do medo dos desavisados da chegada do comunismo, da necessidade de se manter a moral e os bons costumes, do cristianismo acima de tudo e de todos, tudo muito igual, como se houvesse agora uma visitação à Marcha da Família Com Deus Pela Liberdade que ocorrera em março de 1964, nos entregando à própria sorte, chancelando o poder bélico, terceirizando nossas vidas em favor de um Estado autocrata e, mais adiante, do AI-5 de 1968, macabro, perverso e doentio. É preciso corrigir os erros estratégicos do passado para não entregarmos às gerações futuras o cárcere comportamental de uma autocracia, católico conservador e neopentecostal financiada pelo agronegócio.
Precisamos todos unir forças contra o desmonte de nossa DEMOCRACIA, precisamos todos ter a coragem de impedir que nossas vidas novamente sejam terceirizadas a oficiais que, na desculpa de se manter a ordem, nos presenteiam com limitações de direitos de cidadãos garantidos em nossa CF/88, da árdua labuta de legalistas, construída através de muito sangue de jovens e trabalhadores brasileiros, Constituição que custou a vida de milhares de brasileiros e brasileiras. Precisamos lutar para que não tenhamos mais jovens estudantes sendo estupradas por agentes tarados, para que congressos estudantis não sejam mais invadidos por forças de segurança pública empunhando armas e prendendo jovens, para que nenhuma mãe seja torturada na frente dos seus filhos, para que nenhum trabalhador seja assassinado e tenha os seus restos mortais ocultados para todo o sempre. Nós legalistas precisamos barrar nas urnas a escalada do fascismo no Brasil e isso é para ontem, vamos barrar o fascismo sem armas, vamos barrar o fascismo alertando o povo pelo perigo que nos ronda. Precisamos todos entender que vivemos em uma frágil democracia, em um continente pobre e de economia periférica, ambiente propício para um novo golpe de Estado e início de um novo pesadelo social.
Caso concretize-se à vitória do Jair Bolsonaro no próximo dia 28 de Novembro, não haverá necessidade de golpe de estado, como o Brasil assistiu em 31 de Março de 1964, nem mesmo uma transição Civil-Militar, como quando Ranieri Mazzili assumiu o poder de maneira transitória para entregar aos militares de maneira ordeira. O Golpe em nossa democracia será via voto direto, por vontade popular, com o ódio se saindo vencedor nas urnas, por querência popular. O mesmo ódio de 1964, mas com um agravante, pois o ódio dos anos 60 era branco e de classe média, um medo comunista incorporado pela classe média como fosse ela estadunidense, envolvida diretamente na guerra fria, envolta a um clima de ficção Hollywoodiano. No Brasil de hoje, fomentou-se ódio ao ativismo em prol de causas sociais, mesmo daqueles que vivem em bairros pobres ou em comunidades, pois o medo do comunismo ganhou força até entre os não abastados.
É evidente que devemos ter um olhar clínico ao momento conturbado do país, após um golpe parlamentar, com o presidente Michel Temer com uma das maiores taxas de reprovação da História do Brasil, com um Brasil afundado em dívidas públicas e com a explosão da violência urbana causada pela falta de políticas públicas eficazes para derrubar o poder dos cartéis de narcotraficantes e do crime organizado como um todo, crime que se espalhou por todos os estados brasileiros.
E é justamente na insegurança do Brasil, no cansaço da sociedade brasileira para com os anseios de uma vida mais justa e tranquila, que o candidato da extrema direita ganha força, pois o povo com medo da escalada da violência, toma hoje como crível que o seu candidato fascista derrotará o crime no Brasil, como fosse ele o Batman brasileiro. Povo composto por desavisados, desiludidos e, sobretudo, bestializados, povo que já não consegue enxergar que o candidato Jair Bolsonaro representa a Velha Política brasileira e mesmo após 30 anos exercendo mandatos na casa do povo, não conseguiu aprovar leis que colocassem freio na bandidagem e na violência do Brasil, tampouco no Rio de Janeiro, domicílio a quem lhe confia votos há muito. É evidente que o PSL de hoje não é a UDN de outrora, tampouco o PTB (hoje PDT), sigla roubada e herdada pelos correligionários do sempre em suspeição, Roberto Jeferson, seja o PT do Haddad, todavia, comparar os períodos cuidadosamente sem cometer equívocos anacrônicos é primordial para os dias de hoje.
E diante do fascismo que bate em nossas portas, espero que todos os LEGALISTAS do Brasil compreendam que é preciso mostrar ao povo brasileiro que os livros podem sim e são, mais eficazes que as armas, que o investimento em Educação e a volta de uma política econômica do pleno emprego e da distribuição de renda ainda é possível de ser implementada no Brasil, que podemos vislumbrar por uma taxa menor de desemprego se cobrarmos investimentos precisos em setores primordiais em nossa economia. Nós precisamos barrar o congelamento imoral dos gastos públicos do Temer de 20 anos. Precisamos dizer ao povo brasileiro que dar um voto de confiança ao Haddad não é chancelar o que se viu de corrupção na política do país nos últimos anos, mas sim que podemos mudar o jogo todos juntos, que podemos impor ética e respeito e construirmos uma nova política, política verdadeiramente de poder popular, de caráter universal e de garantias plenas em favor da sociedade.
Podemos sim votar 13 e fazer oposição a partir do dia 01 de Janeiro de 2019 ao PT, sim, podemos, haja vista que o Partido dos Trabalhadores é um partido democrata e a História não nos deixam mentir, já o outro lado, o da extrema direita, o lado do Coiso, como bem diz a juventude, pode nos dar de presente um novo AI 1, no que seria somente uma degustação para implementação do AI 5 do século XXI, mais perverso e talvez ainda mais letal do que ocorrera no Brasil lá atrás.
Nós correremos esse risco calados?
Legalistas de todo o Brasil, eu entendo que a hora é agora, não esperemos que aconteça o pior. É Haddad 13 pela DEMOCRACIA no Brasil. O sonho não acabou, precisamos buscar votos e vencer o ódio nas urnas!
Evandro Amaral Fernandes – Guga.
Graduado em História.





quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Carlos Drummond e a intervenção urbanística no calçadão.


 
Carlos Drummond e a intervenção urbanística no calçadão.
 
Quantos esquecidos, esquecidos que são de carne e osso e não de bronze ou pedra, quantos anônimos não seriam voluntários para se tornarem monumentos por um só dia, só para terem atenção por um momento apenas, para receberem carícias, ainda que vindas com água, bucha e sabão? Um montão, né não! Enquanto o brasileiro for fútil, a sociedade vai continuar gostando mais de coisas do que de gente!
Pichou limpou, removeu e não abrigou, qualquer um faz poesia, menos eu, sim, qualquer um faz, até mesmo Carlos Drummond...
EVANDRO AMARAL FERNANDES – GUGA.
 
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Fechem a Veja e vão ler um livro!

Eu tenho Pena de quem fica contabilizando os gastos da Presidenta em viagem aos EUA. Fosse eu, me hospedaria no Bronks, como fez Fidel no inicio dos anos 60, mas se a Dilma assim fizesse, diriam que ela não pode representar o país por ser comunista ou um criariam um neologismo qualquer para com ela, e assim, ela pagaria pela simplicidade também. Fechem a Veja e vão ler um livro!
 
Evandro Amaral Fernandes - GUGA.

domingo, 8 de setembro de 2013

A ignorância do oprimido é o alicerce do opressor.


Na política há varias formas do indivíduo que oprime postar-se à esquerda, como vontade de doar parte do que tem ou a necessidade de ajudar alguém, arrependimento de algo ou algum interesse escuso que vai lhe beneficiar de alguma maneira, entre outras tantas que podem ocorrer, já ao oprimido, só há uma forma de postar-se ao declínio da direita, A IGNORÂNCIA!
Boa noite.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O PSDB é o pior para o Brasil, ruim outrora, temerário para agora e péssimo para o futuro do país.



Olhar para o próprio umbigo é fácil, pois bem, olharei para o meu também.
Até aqui ninguém falou da Indústria, ninguém falou que o Brasil está desindustrializado e nas mãos de meia dúzia de "Rockefellers" do século XXI, que o país aceita passivamente o monopólio que lucra com a mão de obra asiática e que os gananciosos fazem do Brasil um país do comércio de produtos chineses.
Ninguém aqui falou que o Paulo Skaf, o inútil Presidente da FIESP é um indivíduo ultrapassado e sussurra quando na verdade precisa gritar.
Eu poderia estar aqui chorando, pedindo pela Indústria, porque o monopólio se instaurou e políticas protecionistas não há para quem trabalha na Indústria.

Se eu tenho solução? Eu tenho as minhas, mas quem deveria cobrar do Governo algo que mudasse o quadro da Indústria brasileira deveria ser o Paulo Skaf, pois cabe a ele apresentar um plano que atraia mais investidores para a Indústria nacional. Eu acredito que um país desenvolvido e rico tem como obrigação ter a sua indústria fortalecida e não somente assistir empresários comprar contêineres de produtos chineses e espalhar país afora. Protecionismo é a solução e assim a Indústria poderia contribuir de fato com a economia do Brasil. Será mesmo que a balança comercial favorável com a China é tão vantajosa assim?
O Brasil cresceu com a Indústria, se modernizou, ganhou status de país moderno ao carregar a Indústria nas costas e mostrar ao mundo que também era capaz de criar e desenvolver produtos. O país precisa olhar para o passado e assim voltar a ter uma Indústria fortalecida, fazendo do Brasil um país cada vez mais desenvolvido. Como é mesmo que os estadunidenses saíram da crise após a Secessão? INDÚSTRIA! Como é mesmo que eles se levantaram após a crise de 29? INDÚSTRIA!
Como é que os EUA se tornaram um Império e alavancaram à classe média deles? INDÚSTRIA! E quando é que eles iniciaram a decadência e se viram envolto as crises? Desindustrialização!
Como é mesmo que o Brasil se livrou de ter a oligarquia do Campo como o maior negócio de lucratividade deste país, negócio arcaico que perdurou desde o sistema colonial e a partir de Vargas, canonizado por uns e endemonizado por outros, viu o país se desenvolver nas metrópoles com outra fonte de recursos? INDÚSTRIA!
Eu poderia estar aqui chorando, pedindo pelo ramo de atividade em que eu trabalho há quase 15 anos, MAS NÃO, eu quero ver o meu país bem e para isso precisa de justiça social verdadeira, para que não continuemos com os mesmos erros, com desigualdades sociais, fome, miséria, falta de habitação, saúde pública precária, violência. A Indústria é uma das grandes prioridades, mas não é a única!
Se for para abraçar o discurso de uma parte da população que está elevando a imagem do FHC a um ser celestial, um símbolo de ética e de solução para o país, digo que a DILMA, a mesma que assiste a Indústria brasileira virar uma sucursal chinesa, enfim, digo que a DILMA tem que ficar. Não ao Golpe! #ficadilma. Que a Dilma não se transforme em um anjo decaído do dia para noite porque ela não é a culpada pela corrupção nestas terras. Acima eu citei "próprio umbigo", pois bem, o que o FHC fez de grandioso pela INDÚSTRIA do Brasil?

Por um país sem hipocrisia, por um país mais justo em sua plenitude, por um Brasil livre do PSDB! 
De certo o brasileiro já se esqueceu do medo, do mirabolante plano econômico do Pedro Malan, das privatizações desastrosas, daquele Presidente que a imensa maioria o chamava de sociólogo vendido aos yankees, do Presidente que viajava muito e olhava pouco pelo seu povo. Sim, ele e os seus nos deram o Real, criaram uma moeda advinda da URV que nasceu no desespero no ainda Governo do Itamar e  como uma colcha de retalhos o Brasil pós Collor criou uma moeda, mas não nos esqueçamos que os erros dos tucanos foram desgraçadamente maiores do que o legado deixado pelo Real que fora criado após um plano emergencial.
Eu quero menos corrupção, eu também quero mais transparência, que o PT pague pelos erros, mas para sanar os problemas do Brasil, lembremos, não podemos contar com PSDB, DEM, a hoje base aliada do PMDB ou nenhum progressista de plantão!

Esperemos pelas próximas eleições e que se decida nas urnas o futuro do país. É evidente que há erros com o PT e estes são muitos, no entanto eu não tenho dúvidas que com os tucanos poderia estar ainda pior.



Evandro Amaral Fernandes - GUGA.

sábado, 22 de junho de 2013

O Brasil NÃO acordou e hoje peço desculpas ao meu país.



O Brasil NÃO acordou e hoje peço desculpas ao meu país.

Eis me aqui no diário virtual que virou as redes sociais e talvez eu jamais consiga compreender de fato o que ocorreu nestes últimos dias.
A juventude levantou, pediram transporte de qualidade, o Alckmin repudiou, o Haddad o parafraseou e paulatinamente as pessoas foram aderindo à causa, transcendendo o Município, o Estado, o país e boa parte do mundo. Sim, não era por 0,20 e era por muito, era por Habitação, por Transporte, por Educação de qualidade, por qualidade de vida, pelo justo. Tudo legítimo e ganhou força, e eu também fui pra rua acreditando que a juventude de hoje faria o que a juventude dos anos 90 não fez, eu imaginei que eles mudariam o país, tomariam o poder em prol de um país mais justo. Tudo muito bom, tudo ia muito bem, até que o primeiro nacionalista olhou para um militante do PCB e disse: Aqui não é Cuba, some daqui! Ganhou corpo, a alma fascista foi crescendo e eles gritavam: O Brasil não tem vermelho! Um indivíduo olhou para o rapaz do PSOL e disse: Você também é mensaleiro! As reivindicações foram aumentando, o povo tomou a rua e surgiu outro indivíduo e gritou: Aí negrão, abaixa a bandeira da Uniafro que você é cotista, você é um desgraçado, você é um deles, você também é petista!
A alma virou monstro e tomou de assalto à causa justa, a social virou nacionalista e as vozes sem direção ecoavam saídas de todas as bocas, surgindo o gigante Brasil da mudança.
O monstro ganhou corpo e zumbis foram para as ruas como famintos, como retirantes rumaram aos centros urbanos, os retirantes com sede de tudo e com a fome dos outros.
A seca avassala, vamos partir porque por estas bandas estão comendo gente, mães com fome comem os seus filhos em pleno ano de 1879 e Dom Pedro II nada faz, neste exato momento enquanto o povo passa fome o Imperador certamente está em Paris, nos Estados Unidos ou no Egito. Não dá para acreditar que no Brasil estão cometendo antropofagia!
Eita, como assim, 1879, Dom Pedro II, Nacionalismo? Você está bem Guga?
Caramba, eu tive um sonho e no meu sonho eu estava envolto a sonâmbulos! Como está lá fora, alguém tomou o poder?
Está tudo normal, gente indo e vindo!
Evandro Amaral Fernandes (GUGA).

quinta-feira, 13 de junho de 2013

E que o cronos de DEUS permita que o Dom Hélder Câmara ainda ore pela juventude que sonha por uma política justa neste país.


E que o cronos de DEUS permita que o Dom Hélder Câmara ainda ore pela juventude que sonha por uma política justa neste país.

Por que eu fecho com o pensamento do Movimento Passe Livre e com os militantes do PCB, PSOL e PSTU?
Há pouco completou 13 anos que eu não tenho patrão, entre esses 13 anos eu trabalhei como funcionário em uma empresa por quase o ano de 2009 inteiro, mas fui tão bem tratado que não tenho queixas do meu então empregador. Eu tenho carro zero, apartamento com dívida, mas estou pagando, sou bem casado, minha filha estuda no sistema privado, tenho cobertor para aquecer do frio e seguranças no condomínio para que eu possa abrir a janela nos dias de calor sem temer a violência. Não falta comida na mesa graças a DEUS, estou confortável na medida do possível no que dizem ser nova classe média. Não tenho dinheiro sobrando, mas me sobra ilusão. Somos em 3 irmãos, só eu ainda resido em um simples condomínio em São Miguel Paulista, talvez se eu fizesse um esforço eu sairia daqui, talvez sim, talvez não, mas por ora não penso. Então por que prefiro a "baderna" nas ruas da Capital Bandeirante?
Eu fecho com a juventude rebelde porque eu quero ensinar a minha filha que é possível sonhar com o entorno envolto a um plano pluralista de fato e não o atual, para que ela não se iluda como eu já me iludi, eu quero ensiná-la que não devemos somente plantar e colher para uma minoria comer. Eu quero dizer a ela que fechar o vidro no farol é o plano direitista de quem governo este país há séculos, desde o Império, da República Velha e tudo o que veio a posteriori. Eu mesmo quero dizer a minha filha que Hospitais sem médicos, falta de leitos e miséria é fruto da centralização da elite deste país. Eu quero dizer a minha filha que todos os brasileiros deveriam ter ensino de qualidade e gratuito e que todos deveriam ter acesso, mas só não tem porque os calhordas do país não deixam. Eu quero dizer a minha filha que casa de madeira não é a casa adequada para ninguém e que a favela quem construiu não foi o cidadão que não pode comprar uma casa igual a nossa e sim as políticas públicas brasileiras que obrigaram eles se instalarem por lá.
 Eu fecho com os "desordeiros" porque agradecer a DEUS pelas conquistas sem se preocupar com um irmão cristão em precariedade é prosperar sem causa, porque sonhar com um amanhã melhor não é utopia, é a ética vivencial necessária que bate em nossa porta.
Quem me conhece sabe que faz tempo que eu voto em branco, nas eleições municipais votei no Haddad, votei para tentar dar fim a política higienista do Kassab, votei porque confiei, mas sinto como se eu estivesse sendo traído por quem decidiu se comportar como um tucano legítimo. Desde que eu me entendo como cidadão detentor de reflexões, prefiro o Brasil do Carlos Marighella, do Luís Carlos Prestes, do Astrojildo Pereira, do Octávio Brandão, do Paulo Freire, do Dom Hélder Câmara, do Brown, do Rap, de quem se doou ideologicamente pelo Brasil e acho que não é agora com 31 anos que eu mudarei.
Eu já não tenho 20 e poucos anos como nos tempos que eu subia no palco da Anhembi Eventos e criticava o PT para que o Partido não se comportasse como os psdebistas, talvez eu não já não veja o mundo como estes jovens enxergam hoje, mas eu sei o que eu quero pra mim é não envelhecer como o Lobão, triste por não conseguir visualizar algo de bom para o país, eu não quero me arrepender como o Roger do Ultraje que hoje se arrepende do que ele acha ter feito, eu não quero ser um ex-jovem que precisa frequentar a psicanálise por preferir o plano das minorias. Que minhas angústias não sejam como as dos velhos roqueiros!
Por fim, quero me desculpar por este texto ruim, porque sentei nos bancos escolares da gestão tucana e não é a toa que por aqui tenham erros despercebidos por mim, culpa minha que fez pouco caso no passado de adolescente, é evidente. O Brasil precisa sonhar e se aqueles jovens ainda sonham, sonharei o sonho deles para me livrar da comunhão da ilusão que há muito nos toma. Ainda que nos chamem de anacrônicos, eles da mídia estupidamente temem o comunismo por estas terras e deturpam o ideal de quem ainda sonha um sonho legítimo. Que DEUS olhe pelo Brasil e que o cronos de DEUS permita que Dom Hélder ainda ore pela minoria deste país, que o Dom Hélder ainda que não canonizado pelos homens e muito possivelmente tão breve não irá ser, ainda assim que ele tenha o dom para interceder por quem ainda sonha. Tudo estava tão claro, só não enxergou quem não quis:
"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo, quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista." Dom Hélder Câmara.

Evandro Amaral Fernandes – Guga.