quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Marcos, o arqueiro caipira do Brasil.

Marcos, o arqueiro caipira do Brasil.


Incontáveis são os elogios, imensuráveis são os adjetivos que o exaltam. Multiplicou-se pelos rádios e televisores e diversas emissoras o descreveram atribuindo-lhe múltiplos elogios durante o período em que se consagrou como maior goleiro da era moderna do futebol brasileiro.
Exagero o meu?
Para descrever as façanhas do dolorido arqueiro alviverde, seria necessário não só conhecer o futebol Palestrino, mas vivenciar de perto os dias de luta e os dias de glória daquele que defendeu tão bem o tento do time da Turiassú e isso é algo que eu não acompanhei com o olhar peculiar de um palmeirense. Por este motivo, tal artigo ficará incompleto.
Venerado pela maioria esmagadora de fanáticos torcedores do esporte bretão, lembrado pela fragilidade do seu corpo em suportar lesões, fez da sua trajetória no futebol algo a ser seguida, trajetória esta que será disponibilizada pela memória futebolística e por futuros saudosistas que darão ênfase não só em suas defesas, mas também por toda a astúcia em ser um guarda metas de qualidade inquestionável.

Eu, medíocre blogueiro, escritor de gramática periférica, Cristão declarado, Católico batizado e “Protestante” por admiração, tenho certo receio em chamá-lo de Santo, por entender que os bons exemplos deixados por homens Cristãos não devem ser comparados fora da Igreja, ainda mais no futebol capitalista da atualidade e tomando tal canonização dada ao goleiro, com um olhar Protestante, haja vista que tenho grandes amigos e familiares Protestantes, tal Santidade guardada ao Marcão ficaria ainda mais sem sentido. Mas não, enxergarei ainda que seja só por hoje como algo normal, se o chamam de Santo, quem sou eu para questionar? O Brasil é Católico e hipócrita, Cristão Protestante cada vez mais secular, aqui se faz várias formas de rezar ou orar, seja na Umbanda, seja para Jeová, mas na hora de votar todos se viram ao altar, vale lembrar as últimas eleições que se pode ver até
ateu a rezar. Então se somos hipócritas, inclusive quem aqui escreve, libera-se a canonização e que desfrutem tal exaltação. Sim pouquíssimos leitores que aqui se encontra, o Marcos é Santo de fazer milagres pontuais e sequer é necessário aqui apontá-los.
Já há algum tempo eu leio nos sites de relacionamentos comentários dos sempre alienados e parceiros de alienação futebolística e uma enxurrada de comentários de jornalistas esportivos que o Marcos tem grande caráter. Se o Marcos ao qual tento fazer um pequeno artigo para homenageá-lo tem qualidades que afloram honestidade, NÃO posso reproduzir tais comentários, pois não o conheço e não tive o prazer de ao menos frequentar um churrasco em um domingo despretensioso ao lado do goleiro, não que seria o bastante, no entanto sei que consideram amigos por aí os colegas de copo e de espetinhos dominicais.
Uma coisa é certa, carisma o goleiro tem de sobra, ri de si mesmo, faz piadas de suas dores, não se descreve com a grandeza merecida e é dono de comentários e reclamações autênticas. Se o time perdia era o goleiro que estava lá para falar e se colocar como escudo. Após a saída da Multinacional dos Laticínios, tornaram-se frequentes as suas lamentações e afirmo que o Palmeiras não se apequenou, mas caiu no mesmo erro dos Clubes brasileiros e não soube se preparar para o fim do arrendamento. Eu santista de nascimento, dos mais alienados que se possam encontrar, não posso zombar da dor alheia, pois sei o sofrimento que guarda não só no semblante, mas todo o desespero que fixa no coração por insucessos que apunhalam um torcedor de futebol.
Suas conquistas são admiráveis e seu maior erro foi de tomar de assalto a esperança dos “carcamanos” da terra Bandeirante e admiradores do Palestra por todo o país, cito propositalmente "carcamanos", termo pejorativo que descrevia os italianos que chegavam ao nosso país no século XIX e assim deixa evidente que eu não sou torcedor alviverde. Felizmente foi guardado ao gigante goleiro algo maior do que o Mundial de Clubes conquistado por anjos decaídos da terra da Rainha, pois naquela batalha os diabos vermelhos saíram vencedores do campeonato de Clubes mais importe e é sabido que as justiças no futebol não existem, mas nada como a justiça divina que é uma regra para quem crê. Marcos, contestado em poucos momentos na fase eliminatória para a Copa da Alemanha, ganhou a confiança do gaúcho sisudo treinador e no momento decisivo multiplicou-se em baixo dos três paus e contribui para o seu país em batalha contra a seleção local com a última grande conquista e o último grande orgulho desta pátria mãe de chuteiras.

Não, as lesões NÃO venceram o gigante Marcos, pois Marcos foi o vencedor que este Brasil sonha, autêntico nas palavras e que não faz da sua maior façanha um mero produto de arrogância por imposição e entendo que este goleiro não deixou de ser caipira, mesmo ganhando um pouco mais de tostão, por que não faz das suas façanhas, exaltação por imposição.

Lá se foi mais um exemplo no apagar das luzes da esperança. Aos saudosistas eu deixo um sinal: O dinheiro faz do futebol um esporte cada vez mais marginal.

Uma pena e assim sai de cena o goleiro que negou as Libras e se contentou com o Real, mesmo sendo um grande nome Mundial.

É vida que segue. Obrigado Marcos.


Evandro Amaral Fernandes - Guga.

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