quinta-feira, 13 de junho de 2013

E que o cronos de DEUS permita que o Dom Hélder Câmara ainda ore pela juventude que sonha por uma política justa neste país.


E que o cronos de DEUS permita que o Dom Hélder Câmara ainda ore pela juventude que sonha por uma política justa neste país.

Por que eu fecho com o pensamento do Movimento Passe Livre e com os militantes do PCB, PSOL e PSTU?
Há pouco completou 13 anos que eu não tenho patrão, entre esses 13 anos eu trabalhei como funcionário em uma empresa por quase o ano de 2009 inteiro, mas fui tão bem tratado que não tenho queixas do meu então empregador. Eu tenho carro zero, apartamento com dívida, mas estou pagando, sou bem casado, minha filha estuda no sistema privado, tenho cobertor para aquecer do frio e seguranças no condomínio para que eu possa abrir a janela nos dias de calor sem temer a violência. Não falta comida na mesa graças a DEUS, estou confortável na medida do possível no que dizem ser nova classe média. Não tenho dinheiro sobrando, mas me sobra ilusão. Somos em 3 irmãos, só eu ainda resido em um simples condomínio em São Miguel Paulista, talvez se eu fizesse um esforço eu sairia daqui, talvez sim, talvez não, mas por ora não penso. Então por que prefiro a "baderna" nas ruas da Capital Bandeirante?
Eu fecho com a juventude rebelde porque eu quero ensinar a minha filha que é possível sonhar com o entorno envolto a um plano pluralista de fato e não o atual, para que ela não se iluda como eu já me iludi, eu quero ensiná-la que não devemos somente plantar e colher para uma minoria comer. Eu quero dizer a ela que fechar o vidro no farol é o plano direitista de quem governo este país há séculos, desde o Império, da República Velha e tudo o que veio a posteriori. Eu mesmo quero dizer a minha filha que Hospitais sem médicos, falta de leitos e miséria é fruto da centralização da elite deste país. Eu quero dizer a minha filha que todos os brasileiros deveriam ter ensino de qualidade e gratuito e que todos deveriam ter acesso, mas só não tem porque os calhordas do país não deixam. Eu quero dizer a minha filha que casa de madeira não é a casa adequada para ninguém e que a favela quem construiu não foi o cidadão que não pode comprar uma casa igual a nossa e sim as políticas públicas brasileiras que obrigaram eles se instalarem por lá.
 Eu fecho com os "desordeiros" porque agradecer a DEUS pelas conquistas sem se preocupar com um irmão cristão em precariedade é prosperar sem causa, porque sonhar com um amanhã melhor não é utopia, é a ética vivencial necessária que bate em nossa porta.
Quem me conhece sabe que faz tempo que eu voto em branco, nas eleições municipais votei no Haddad, votei para tentar dar fim a política higienista do Kassab, votei porque confiei, mas sinto como se eu estivesse sendo traído por quem decidiu se comportar como um tucano legítimo. Desde que eu me entendo como cidadão detentor de reflexões, prefiro o Brasil do Carlos Marighella, do Luís Carlos Prestes, do Astrojildo Pereira, do Octávio Brandão, do Paulo Freire, do Dom Hélder Câmara, do Brown, do Rap, de quem se doou ideologicamente pelo Brasil e acho que não é agora com 31 anos que eu mudarei.
Eu já não tenho 20 e poucos anos como nos tempos que eu subia no palco da Anhembi Eventos e criticava o PT para que o Partido não se comportasse como os psdebistas, talvez eu não já não veja o mundo como estes jovens enxergam hoje, mas eu sei o que eu quero pra mim é não envelhecer como o Lobão, triste por não conseguir visualizar algo de bom para o país, eu não quero me arrepender como o Roger do Ultraje que hoje se arrepende do que ele acha ter feito, eu não quero ser um ex-jovem que precisa frequentar a psicanálise por preferir o plano das minorias. Que minhas angústias não sejam como as dos velhos roqueiros!
Por fim, quero me desculpar por este texto ruim, porque sentei nos bancos escolares da gestão tucana e não é a toa que por aqui tenham erros despercebidos por mim, culpa minha que fez pouco caso no passado de adolescente, é evidente. O Brasil precisa sonhar e se aqueles jovens ainda sonham, sonharei o sonho deles para me livrar da comunhão da ilusão que há muito nos toma. Ainda que nos chamem de anacrônicos, eles da mídia estupidamente temem o comunismo por estas terras e deturpam o ideal de quem ainda sonha um sonho legítimo. Que DEUS olhe pelo Brasil e que o cronos de DEUS permita que Dom Hélder ainda ore pela minoria deste país, que o Dom Hélder ainda que não canonizado pelos homens e muito possivelmente tão breve não irá ser, ainda assim que ele tenha o dom para interceder por quem ainda sonha. Tudo estava tão claro, só não enxergou quem não quis:
"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo, quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista." Dom Hélder Câmara.

Evandro Amaral Fernandes – Guga.



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